
MATA DA ESPERANÇA
O parque está localizado a dez minutos do centro da cidade, nas proximidades da ponte do Fundão e ocupa uma área de 437 hectares, o equivalente a 400 campos de futebol, funcionando como uma unidade de conservação que vem sendo preservada graças à intensificação do trabalho de fiscalização, o que tem permitido preservar a sua flora exuberante e a rica fauna, além de toda uma micro-bacia hidrográfica, com água de boa qualidade e que se presta ao abastecimento da população.
ESTUDOS – Um aspecto importante a ser ressaltado com relação ao Parque da Esperança, é que diversos estudos científicos demonstram que a biodiversidade biológica eleva a área a um status onde deverão ser definidas políticas especiais para sua conservação, “uma vez que ali foram identificadas espécies classificadas em extinção, endêmicas e novas”. A gerente do parque, a engenheira Regina Farias conta que a área já foi visitada por diversos pesquisadores e objeto de amplo estudo para o projeto encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente, que acaba de anunciar a liberação de recursos através da Ceplac. A reserva vai funcionar como área de preservação ambiental e centro de lazer e ecoturismo.
ANIMAIS E AVES – Um dado importante para Regina Farias é o estudo da pesquisadora Antonia Marly da Encarnação, que identificou na área um gênero inteiramente novo, a ave Acrobratonis Fonsecae. No interior do parque também foram observadas várias espécies de aves, animais e vegetais catalogados. Ela cita entre as espécies animais a cuíca, um pequeno marsupial do gênero Didelphis, que geralmente são desprovidos de bolsa, mas diferem dos ratos por terem mais de 12 dentes incisivos; gambás, raposas, rato peba que é inteiramente selvagem, além de pacas, tatus pebas e de papa-mel, o Eira Bárbara, da família dos Mustelídeos, mamífero carnívoro com até 56 centímetros de comprimento e 46 centímetros de cauda, que vive exclusivamente em florestas e alimenta-se de aves, pequenos mamíferos e mel.
AGENDA 21 – O parque também funciona comogrande viveiro para aves diversas como andorinhas, curiós, sangue de boi, coruja branca, sete cores, martin pescador dentre muitas outras espécies endêmicas. No documento da Agenda 21 do município, que define estratégias ambientais de preservação dos recursos naturais e de desenvolvimento sustentado, está a preservação de 878 hectares de manguezais existentes em Ilhéus, dos quais uma pequena parte deste total está situada nas proximidades do Parque da Mata Esperança, que vai do Fundão até o Banco da Vitória. A Agenda 21 foi implementada pela Fundação-Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), e incluiu uma proposta para preservação dos recursos florestais escassos e endêmicos.
A principal proposta do documento é a de promover o mapeamento das áreas florestais do município, o que vai identificar e quantificar os estoques de floresta que ainda resta no município e assim definir as estratégias para sua conservação efetiva através de convênios de cooperação técnica junto a órgãos fiscalizadores, inclusive o Ibama. Entre as propostas incluídas na Agenda, estão o desenvolvimento de tecnologias alternativas para as comunidades que utilizam recursos naturais das florestas, investimentos no reflorestamento de áreas degradadas e na promoção do ecoturismo como atividades econômicas auto-sustentada.