O imponente templo católico de Ilhéus, a catedral de São Sebastião, localizada na praça Dom Eduardo, no centro histórico da cidade, e inaugurado em 1967, no período áureo do cacau pelo bispo dom Caetano Lima, já está enfrentando processo de restauração geral, a primeira obra do gênero desde que foi construída. Financiada pelo governo do estado, a obra, orçada em mais de 1 milhão de reais, inclui serviço de reforço na base estrutural do prédio, mudanças das instalações hidráulica e elétrica, pintura externa e interna, troca de telhado, reposição de vitrais e colocação do gradil para proteger o patrimônio arquitetônico da cidade, que já sofreu várias intervenções, mas nenhuma chegou a atingir a totalidade da obra iniciada agora, conforme relato do pároco geral de São Jorge dos Ilhéus e cura do templo, padre Nildemar Andrade.

Segundo o padre Nildemar, os trabalhos já começaram com a substituição do telhado de cerâmica, para acabar com as infiltrações. As intervenções na estrutura da catedral compreendem reparos nas ferragens, no reboco, além de correção das rachaduras do prédio e outros problemas causados pela ação do tempo. No que trata da instalação hidráulica, o pároco disse que toda a tubulação será substituída por material resistente. Na elétrica, será realizada a troca do sistema de iluminação, incluindo as caixas, que como os demais pontos não foram trocadas desde a construção da igreja.

Em outra fase será realizada a pintura, tanto do interior quanto de toda fachada do templo, que é considerado o principal cartão postal da cidade. Os trabalhos de restauração incluem a substituição da madeira corroída pela ação do tempo. Os vitrais serão recuperados em sua concepção original, e para isso duas empresas, uma do Rio Grande do Sul e outra de Alagoinhas participarão da licitação. Padre Nildemar disse que os vitrais da catedral foram confeccionados no Rio Grande do Sul e são de grande importância para manter o visual arrojado da igreja, que “é uma das mais belas deste país, pois reúne vários estilos, como o gótico, barroco, romano e moderno”.

HISTÓRIA – Desde a inauguração da catedral de São Sebastião até hoje já passaram 37 anos. A pedra fundamental foi lançada em 1927 por dom Manuel de Paiva, primeiro bispo de Ilhéus. No ano de 1932 foi iniciada a construção do templo, por dom Eduardo. Já em 1953, dom João Resende, o quinto bispo do município, acelerou as obras que estavam paradas por um longo período. Em 21 de setembro de 1967 foi inaugurada por dom Caetano Lima. Vinte anos depois, em 1987, aconteceu restauração parcial do prédio coordenada por dom Walfredo Tepe, sétimo bispo diocesano de Ilhéus.

Na visão de Nildemar Andrade, a “catedral diocesana é um cartão postal não só para Ilhéus mas para toda costa do cacau, região sul e extremo-sul da Bahia. É um dos templos religiosos mais belos deste país, pois é construído com a fusão de diversos estilos. Vir a Ilhéus e não visitar a imponente catedral é o mesmo que ir a Roma é não ver o papa”. Ele ressalta também que “a diocese é uma das poucas do Brasil que tem uma catedral própria”. As obras serão executadas em três etapas, e o prazo para o término é de seis meses. A reforma da estrutura será a primeira etapa do projeto, a segunda fase compreende a pintura e a terceira inclui a colocação dos vitrais.