
Foto: Ed Ferreira
Caracteristicas
O molusco originário do leste-nordeste da áfrica, conhecido no meio cientifico como Achatina fulica Bowdich, 1822, é a mais nova fonte de ameaça a cacauicultura e a saúde tanto para quem vive no meio agrícola como no meio urbano. O Caracol atinge 15 centímetros de cumprimento, oito de largura e chegam a pesar 200 gramas quando adulto. Sua cor é cinza-escuro, sua concha tem faixas castanhas claras e forma de estrias. Por onde anda deixa um rastro de muco, é hermafrodita mais gosta de copular até 10 vezes por noite e se reproduz ao longo de todo ano, a cada dois meses chega a por 200 ovos. È um animal voraz, herbívora generalista, e tem uma longa lista dos produtos que gosta de comer, mas a predileção é pelos vegetais. É um eficiente devorador de plantações de banana, café, cacau, mamão, cítricos, grãos armazenados, jardins e hortas, eles são polifagos, se alimentam das folhas, flores, frutos ou casca de diversas árvores. Ele é capaz de alimentar-se de ovos da própria espécie, ou seja, é um canibal. Parcialmente arborícola (pode se alimentar sobre árvores e escalar edificações e muros). Resistente à seca e ativa no inverno, resiste ao frio hibernal.
Reconhecido como praga agrícola em diversos países em que foi introduzido pelo homem, a exemplo do Japão e diversos paises asiáticos, onde exigiu esforços concentrados e custosos para seu controle, geralmente sem sucesso. Por não fazer parte do meio natural o mesmo não tem predadores e se proliferam rapidamente. Na região cacaueira pode tornar-se mais uma praga perigosa para a cacauicultura, uma vez que é desconhecida pesticida para seu controle.
Presença no brasil
Este animal que já tem registro em Santa Catarina, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, 15…Estados brasileiros, já se tornou uma praga séria nos arredores de Belém, Pára e na Bahia nos municípios de Simões Filho desde 1999, quando ali um fazendeiro perdeu toda sua produção de hortaliças, devido ao abandono de criação de um vizinho, Porto seguro, Teixeira de Freitas, Eunapolis, Cairú e agora Ilhéus. Entrou no país, (de acordo com a Isto É n1658 de 11 de 06 de 2001), ilegalmente, em 1988, para ser vendido como escargô, caracóis das espécies Helix aspersa e Helix pomatia, iscas para pesca e até como oferenda para deuses afros, por Curitiba durante uma exposição agropecuária, prometendo retorno financeiro fácil e possibilidade de exportação. A realidade foi outra na hora de vender e por esta razão muitos desistiram e abandonaram os criatórios à própria sorte.
Riscos
Em contato com a natureza, eles se tornaram uma praga por ser uma espécie exótica e não ter no meio ambiente predadores naturais. É na natureza que o mesmo se torna uma ameaça em função do mesmo ser hospedeiro intermediário de duas perigosas doenças: A meningite eosinofílica – (Parastrongylus cantonensis), ( Teles e Fontes, 1998). O agente desta doença ainda não foi detectado em nosso país, mas já existem registros em Cuba. Ele é causador do angiostrongilíase meningoencefálica humana. É também hospedeiro do verme (angiostrongylus costaricensis), agente da angiostrongílíase abdominal que provoca tumores no estômago e perfuração nos intestinos levando a pessoa infectada á morte por hemorragia abdominal. Há inúmeros registros no país e a grande maioria dos sanitaristas e patologistas desconhece os sintomas da doença uma vez que os ovos não aparecem nas fezes dos pacientes.
Cuidados
O simples manuseio sem proteção de luvas ou sacos plásticos pode contaminar a pessoa com as verminoses. Os vermes podem ser encontrados nos rastros do muco deixados pelos caracóis, o qual ele libera constantemente para se deslocar.
Incovinientes
Além do perigo potencial de doenças, suas casas quando abandonada acumula água favorecendo a expansão do Aedes aegypti.
Comércio
Na Europa, especialmente na França, quando criado em cativeiros nas condições de higieno-sanitárias com água limpa, ração balanceada e água filtrada, longe do contato com outros animais, é consumido em grande escala.
O mais novo foco
Em ilhéus os caracóis são vistos em quintais e nas ruas do Bairro do Pontal, Novo Pontal, Sapetinga, N. S. da Vitória e nos manguezais. È preciso que a Vigilância Sanitária, Ibama tomem conhecimento e alerte a população, uma vez que existem testemunhos de que há pessoas levando sacolas cheias para comê-los como escargô.
Controle
É necessário alertar a população do risco que correm e orienta-la como Controlar o animal uma vez que não há veneno para combatê-los. Os animais são catados manualmente com luvas ou sacos plásticos, são acomodados em uma sacola plástica e incinerados. Jamais os mesmo devem ser colocados vivos em sacos de lixo, pois existe a possibilidade do mesmo se proliferarem a partir dos lixões. Esse é o único meio de controle empregado em todo mundo.