ILHÉUS ECO CINE

Começa amanhã (quarta) e prossegue até sexta-feira (5), no Cine-Teatro Fernando Leite Mendes, da Fundação Cultural, a “Ilhéus Eco Cine 2004”. A mostra reúne 39 obras, entre reportagens, documentos, ensaios, vídeos experimentais, ficções e vinhetas publicitárias com enfoques voltados para a ecologia, cidadania e memória cultural do Brasil. Com uma programação extensa – sempre das 16 e 21 horas -, o evento que integra a I Mostra Nacional de Vídeo Sócio-Ambiental e a I Competitiva Regional de Custas, conta com o apoio da Fundação-Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata) e Assessoria de Comunicação da prefeitura.

O idealizador do projeto, jornalista Paulo Paiva, diz que estarão na programação alguns dos melhores curtas-metragens produzidos no Brasil, principalmente os elaborados nas décadas de 80 e 90, a exemplo do “Ilha das flores”, de Jorge Furtado; a “Caçada”, de Valéria Del Cueto, dentre outros. Serão 12 horas de programação na mostra principal, com destaque para a exibição de vídeos educativos e informativos sobre a conservação da biodiversidade, proteção dos recursos hídricos, problemas ambientais urbanos, questões ligadas à coleta do lixo domiciliar e hospitalar e educação ambientai.

PRÊMIOS AOS MELHORES – Garante Paulo Paiva que no encerramento dos trabalhos – sexta-feira -, a programação será iniciada com uma mostra especial dirigida ao público infantil, quando serão exibidos inúmeros desenhos animados. E às 18 horas acontece a I Mostra Competitiva Regional de Curtas, que premiará os melhores produtores e diretores regionais de vídeo.

CORPUS CHRISTI

A partir das 8 horas de quinta-feira, 10 de junho, data em que a Igreja Católica comemora Corpus Christi, começa as reverências ao Santíssimo Sacramento, em Ilhéus, através de celebrações de missas na Catedral de São Sebastião e demais paróquias da cidade. Simbolicamente, a data representa ainda a instituição da Eucaristia e lembra milagres como a multiplicação dos pães e dos peixes. O Santíssimo Sacramento é representado pela hóstia. A programação do Corpus Christi, promovida pela diocese da cidade, conta com o apoio da Prefeitura de Ilhéus.

A programação do Corpus Christi prossegue ás 15 horas , com uma concentração que acontecerá na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Cidade Nova, partindo dalí uma caminhada que percorrerá a avenida Soares Lopes, com destino à Catedral de São Sebastião. As atividades do Corpus Christi em Ilhéus serão encerradas às 16 horas, com benção solene do Santíssimo Sacramento, na praça D. Eduardo. Para as atividades deste ano, a Diocese de Ilhéus espera um número recorde de fiéis às celebrações.

Eclipse miniatura

O segredo é usar a luz do Sol como “espiã”. Amanhã de manhã (horário de Brasília), Vênus e Terra –respectivamente segundo e terceiro planetas do sistema– estarão alinhados, o que fará com que o minúsculo disco escurecido venusiano se projete sobre o do Sol -versão em miniatura de um eclipse solar.

O evento é raro e acontece apenas duas vezes em cada século, aproximadamente. A última ocorreu em 1882. A próxima, em 2012, não será visível do Brasil. E, depois dela, novas oportunidades só voltarão a surgir no século 22.

No momento do alinhamento, alguns raios vindos do Sol chegarão à Terra mesmo depois de ter atravessado a atmosfera de Vênus, que estará no meio do caminho. Essa luz trará uma “assinatura” das substâncias que encontrar no caminho. Pode até revelar a direção dos ventos venusianos, se a observação for bem-sucedida.

“Esse é o primeiro trânsito de Vênus na frente do Sol desde que a espectroscopia astronômica quantitativa foi inventada, então é nossa primeira chance de usar a tecnologia para observar de perto o trânsito de um planeta com atmosfera”, explica o cientista.

O mesmo processo pode ser aplicado também a trânsitos de planetas extra-solares na frente de suas respectivas estrelas –mas, nesse caso, os desafios para a coleta de dados, dada a enorme distância, são hercúleos.

“Observações de planetas extra-solares tão precisas e interessantes quanto as de Vênus não vão acontecer em meu tempo de vida ou no de meus filhos”, diz Brown. “O que podemos ver em Vênus hoje antecipa o que será visto em planetas longínquos muito depois de eu ter morrido. Pode-se dizer que estou tapeando o tempo.”

Em seu estudo original do planeta ao redor da estrela HD209248, localizada a 150 anos-luz da Terra, Brown detectou traços de sódio. Na continuação desse estudo, ele está à caça da “assinatura” do dióxido de carbono. Para tanto, usará novamente o Telescópio Espacial Hubble.

Passagem solar de Vênus pode indicar vapor d’água no planeta

Amanhã, quando Vênus começar a passar sobre o disco solar, Timothy Brown usará essa rara oportunidade para procurar vapor d’água na atmosfera daquele planeta. Num evento com sabor mais histórico que científico, o cientista americano espera coletar novos dados sobre o vizinho planetário mais próximo e, paradoxalmente, inspirar estudos de astros muito mais longínquos.

Não que ele já não tenha provocado coisa parecida no passado; o pesquisador, que trabalha no Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos EUA, fez parte da equipe que, usando o Telescópio Espacial Hubble, pela primeira vez detectou traços de uma atmosfera num planeta localizado nas imediações de outra estrela que não o Sol. Usando método similar, ele agora tentará desvendar os mistérios do ar venusiano.

“Eu espero fazer um acréscimo substancial ao conhecimento de uma região atmosférica não muito bem observada no passado”, afirma o pesquisador,. “Mas o experimento também será fonte de grande inspiração e motivação para a investigação de atmosferas de planetas extra-solares.”

SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

OS JORNAIS E AS PESQUISAS ELEITORAIS

Conforme estabelecido na Resolução TSE nº 21.576, a partir de primeiro
de janeiro de 2004, quem realizar qualquer tipo de pesquisa de opinião
pública relativa às eleições ou aos candidatos terá que registrá-las,
até cinco dias antes da divulgação, contado nesse prazo o dia em que foi
requerido o registro.

A obrigatoriedade do registro decorre do art. 33 da Lei nº 9504/97, que
estabelece que terão que ser declinadas no seu pedido as seguintes
informações:

1 – quem contratou a pesquisa;

2 – o valor e a origem dos recursos despendidos no trabalho;

3 – a metodologia e o período de realização da pesquisa;

4 – o plano amostral e a ponderação quanto ao sexo, idade, grau de instrução, nível
econômico e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e margem
de erro;

5 – o sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da
coleta de dados e do trabalho de campo;

6 – o questionário completo aplicado ou a ser aplicado;

7 – o nome de quem pagou pela realização do trabalho.

O pedido de registro da pesquisa deverá ser dirigido à zona eleitoral
encarregada do registro das candidaturas, também conhecida por “zona
mãe”, que, geralmente, é a de menor número, quando a cidade possuiu mais
de uma zona eleitoral.

Se vários forem os municípios pesquisados, terão que ser feitas tantos
registros quantas forem as cidades, sempre nas “zonas mãe”.

Posteriormente à formulação do pedido, terão os interessados o prazo de
trinta dias para examinar os documentos levados a registro, sendo que os
partidos políticos, as coligações e os candidatos poderão impugnar a
realização ou a divulgação das pesquisas. Diante dessa impugnação,
poderá o juiz determinar a suspensão da divulgação dos resultados da
pesquisa, ou mesmo que seja feito esclarecimento sucinto na divulgação
dos resultados.

Quem for responsável pela publicação da pesquisa sem o prévio registro
das informações obrigatórias, ou mediante o registro apenas parcial das
mesmas, estará cometendo o crime definido no art. 33, §2º da Lei nº
9504/97, punido com detenção, de seis meses a um ano, e multa no valor
de R$53.205,00 a R$106.410,00.

Além da exigência do prévio registro, os veículos que divulgarão as
pesquisas, sejam elas atuais ou não, deverão informar, necessariamente,
o período em que foram coletados os dados, a margem de erro, o número de
entrevistas, o nome de quem a contratou e o da entidade ou empresa que a
realizou e o número dado à pesquisa pelo juízo eleitoral.

Se não forem declinadas tais informações, ainda que o registro esteja
perfeito, estarão os responsáveis pela publicação cometendo também o
crime definido no art. 33, §2º da Lei nº 9504/97.

Responderão pelo cometimento do crime eleitoral os representantes legais
da empresa que efetuou a pesquisa e do jornal que a veiculou. Os
jornais, assim como todos os demais órgãos de imprensa, têm o dever de
verificar a regularidade formal do registro, antes da publicação da
pesquisa.

A divulgação da pesquisa sem esse cuidado sujeitará a empresa
jornalística e os seus responsáveis às conseqüências já declinadas, sem
prejuízo também da imposição de penalidade por conta da veiculação de
propaganda eleitoral antecipada, quando acompanharem a divulgação da
pesquisa referências elogiosas a candidatos que mencionem seus méritos e
qualidades pessoais (é sério, é pessoa honesta, é preocupado com o bem
estar da população, etc…) e a ação política que pretendem desenvolver
(melhorar a educação, a saúde, a habitação, etc…).

Respeitadas as exigências legais, poderão ser veiculadas pesquisas de
opinião, referentes a eleições, até mesmo no dia da eleição. As
pesquisas que forem realizadas no dia da eleição (pesquisas de
boca-de-urna), só poderão ser veiculadas a partir das 17 horas, nos
locais em que já estiver encerrada a votação.

Enquetes ou sondagens, como aquelas que costumam ser feitas em sites de
internet, por exemplo, poderão ser divulgadas DESDE QUE ACOMPANHADAS DE
ADVERTÊNCIA EXPRESSA E OSTENSIVA de que não se trata de uma pesquisa
eleitoral, mas sim de mero levantamento de opiniões, sem conteúdo
científico. A divulgação que se fizer desacompanhada dessa advertência
será considerada como divulgação de pesquisa, ainda que de sondagem se
refira, sujeitando os responsáveis às penalidades já mencionadas.

Tamanha gama de restrições às publicações parece atentar contra o art.
220 da Constituição Federal, que trata da liberdade de imprensa. No
entanto, como qualquer outra liberdade prevista na Constituição Federal,
a de imprensa também não é absoluta.

A divulgação de pesquisas fraudulentas, principalmente quando feita por
veículos de comunicação social, tem o poder de alterar o resultado da
eleição, modificando a vontade do eleitor, que fica tentado a exercer o
chamado “voto útil”, ou seja, a votar no candidato melhor colocado nas
pesquisas para evitar que o candidato de que não gosta ganhe o pleito.

A experiência das eleições passadas mostrou que a associação entre
órgãos de imprensa e empresas de pesquisa irresponsáveis pode prejudicar
a democracia, afetando a condição de igualdade que deve existir entre os
candidatos.

VISTORIA NOS CARROS DE SOM DE ILHÉUS

Depois de realizar uma reunião com mais de 15 proprietários de carros de som, com o objetivo de tratar de assuntos relacionados a regularização desses veículos, a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (Sutran) realiza de 9 às 12 horas desta quarta-feira (9), ao lado da Catedral de São Sebastião, o trabalho de vistoria dos transportes que operam com prestação de serviço de som no município. Para a realização da vistoria exige-se que o proprietário dê entrada no processo, através do certificado de licenciamento anual em nome do requerente, certidão negativa de débitos relativos a tributos, certificado de inscrição no cadastro do ISS além da xerox de identidade, do CPF e da certidão do comprovante de residência.

Para que o carro seja aprovado tecnicamente pela Sutran, é necessário que o volume do som das caixas não ultrapassem a 70 decibéis. Para a regularização é necessário também o licenciamento do veículo, inspeção anual para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança, e ainda a verificação do equipamento do som. As caixas de som não podem ultrapassar a altura de 50 centímetros e as dimensões máximas da parte superior da carroceria.
A expectativa da Sutran é realizar a vistoria no dia determinado, tendo em vista o número de carros de som que operam com a atividade no município. Para tanto, espera que os proprietários entrem com o processo obrigatório e compareçam ao local indicado, sob pena de ser vedada a circulação do carro.

EDUCAÇÃO SEXUAL É TEMA DE PALESTRA

Ao proferir a palestra “Sexualidade e limites – e a importância do Programa Sentinela”, dirigida aos alunos e pais da Escola Municipal Princesa Isabel, a assistente social Tatiana Kalid Passos disse, durante a realização do I Mutirão de Cidadania da instituição, que a liberdade de expressão toma conta de todos meios de comunicação, “e em função disso, assistimos uma grande divulgação da parte da sexualidade, onde crianças têm acesso a diversos tipos de programas de televisão, revistas pornográficas, letras de música de duplo sentido. A Internet e a família e escola têm um papel primordial no que diz respeito a filtrar essas imagens e mensagens pela supervalorização da sexualidade”. A seu ver, a maioria dos pais extrapola a educação das crianças e dos adolescentes, para uma dimensão mais externa do que intrafamiliar, “porque tem diretamente essas influências, que se não forem bem filtradas teremos graves conseqüências na formação da sexualidade deles”.

Enumera a assistente social do Programa Sentinela que dentre essas conseqüências “a não-identificação do seu corpo como uma posse que é só sua e que tem que valorizar e preservar, para que terceiros não se apoderem disso. Daí vêm os abusos e a exploração sexuais que têm estreita ligação com a questão do consumismo”, afirma. Diz Tatiana Kalid Passos que em uma família que passa grandes dificuldades, alguma menor possa ver uma possibilidade de melhorar de vida usando seu próprio corpo, “estando ela, na verdade, mais vulnerável a “vender” o seu corpo”.
A diretora da escola, Lidiney Campos, ao abrir a solenidade, disse que o mutirão serve para fortalecer o intercâmbio existente entre o trinômio escola-família-comunidade, além de oferecer oportunidade dos alunos poder praticar cidadania e ética. Durante todo o dia estão sendo oferecidos gratuitamente aos moradores da avenida Princesa Isabel e dos altos próximos a diversos exames preventivos e prestação de serviços, a exemplo de corte de cabelo, tiragem de documentos e de fotos. À noite, a direção da escola programou atividades artísticas e culturais e ciclo de palestras.

OLIMPÍADA ESTUDANTIL

A Secretaria do Esporte e Cidadania realizou mais uma etapa das Olimpíadas Estudantis de Ilhéus 2004, com o início dos jogos de quadra que compreendem as modalidades de basquete, voleibol, handebol e futsal. As atividades ocorreram no sábado (5) e domingo (6) no Ginásio de Esportes Herval Soledade e para comemorar o Dia Internacional do Meio Ambiente, – 5 de junho, a secretaria realizou um duathlon – envolvendo atletismo e natação -, no sábado (5), na praia da Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata). Os atletas Cid e Nayara, ambos do Clube de Remo, conseguiram as primeiras colocações em suas respectivas categorias.

Os primeiros colocados no duatlhlon receberam prêmios em dinheiro no valor de R$ 60,00 cada um. Luciano e Daniela chegaram em 2º e faturaram R$ 50,00; Wellington e Marta Conseguiram a 3ª classificação e levaram R$ 40,00 para casa. Os atletas Lindolfo, que chegou em 4º ao lado de Francienne, ficou com R$ 30,00 e Cleriston Caroço ficou em 5º, descolando R$ 20,00. O duatlhlon só premiou a categoria feminino até a 3ª classificação.
O secretário do Esporte e Cidadania, Sizínio Barros, informou que várias equipes de volei, basquete, handebol e futsal, nas categorias masculino e feminino, se confrontaram no Ginásio de Esportes Herval Soledade. De acordo com ele, os próximos jogos serão realizados nesta quarta-feira (9), quando acontece novas disputas envolvendo as escolas inscritas nas olimpíadas. Apesar de já ter iniciado as atividades de esportes de quadra, a abertura oficial desse certame será realizada também na quarta-feira (9), com apresentação de grupos de dança.

DEFESA DO CACAU

A necessidade de retomar o crescimento do Sul da Bahia, através de políticas desenvolvimentistas que restabeleçam a cadeia produtiva do cacau, cuja cultura favorece o ecossistema com a preservação da Mata Atlântica, foi defendida pelos participantes da sessão especial realizada no Plenário Gilberto Fialho da Câmara de Ilhéus. Presidido por Zerinaldo Sena, o debate foi solicitado pelos vereadores Elício Gomes de Sá e José Cruz. Na oportunidade, representantes de entidades e órgãos ligados ao cacau, produto que já representou 60 por cento do ICMs do estado, destacaram a contribuição do agronegócio cacaueiro, no passado, para a economia do país.

Em seu pronunciamento, o vereador Elicio Gomes de Sá lembrou que a expressiva participação do cacau gerou vultuosos recursos financeiros para a Bahia e para o Brasil. “De 1962 a 1993, por exemplo, os cacauicultores arcaram com a total manutenção da Ceplac. Foram 32 anos de contribuição”, enfatizou. Segundo o parlamentar, grande parte dos valores arrecadados com a cacauicultura foi aplicada na infra-estrutura do país, em muitos casos longe da produção agrícola do produto. “Por isso, precisamos lutar para soerguer essa cultura, que, sem dúvida alguma, tem tudo para continuar sendo o esteio da nossa economia e do nosso desenvolvimento”.

Fazendo coro com Gomes de Sá, o vereador José Cruz também destacou a importante contribuição do cacau para o Brasil. Após fazer uma breve análise dos problemas enfrentados pelo Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira, disse que é necessária a adoção de uma política mais arrojada visando o restabelecimento da cultura. Na seqüência, o presidente da Câmara Setorial do Agronegócio do Cacau, Fausto Pinheiro, reforçou seu compromisso com a cacauicultura, cuja responsabilidade, segundo ele, passa ainda pelos sistemas agroflorestais da região. Na ocasião, Pinheiro garantiu que o governo federal está empenhado em estimular o fortalecimento da cultura, “entre outros motivos, porque o cacau já representou para o Sul do Estado, para a Bahia e para o Brasil um sólido elemento desenvolvimentista e um belo mecanismo de manutenção da nossa Mata Atlântica”, comentou.

DÍVIDAS – O superintendente Regional da Ceplac, Eliezer Barros Corrêa, falou sobre as linhas de crédito que o governo federal disponibilizou para a renovação dos cacauais e para o refinanciamento de dívidas de custeio agrícola, como o Programa Especial de Saneamento de Ativos (PESA). O representante da Ceplac ressaltou também o estabelecimento de prazo de espera para o pagamento de todas as dívidas ligadas ao cacau, bem como a liberação de financiamentos para a continuidade da manutenção dos cacaueiros enxertados até a produção econômica a médio e longo prazos.

Barros Corrêa destacou ainda o processo de institucionalização da Ceplac, que deverá ser transformada em empresa de desenvolvimento regional e, com isso, afastar o perigo de extinção. O superintendente afirmou que o governo federal recolocou a Ceplac na defesa da agricultura, procurando, através dela, incentivar a produção tanto de cacau como de outras culturas agrícolas. “O governo disponibilizou 5 milhões e 300 mil reais para a agricultura doméstica com o objetivo de atender às famílias que estão inseridas nesse processo, considerado imprescindível para o desenvolvimento regional e promoção da qualidade de vida desses agricultores”, disse.

PRESENÇAS – A sessão especial que debateu os principais problemas enfrentados pelo Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira também contou com a participação do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Antônio Zugaib, do diretor da AMURC, Mágno Santos, do representante da Associação Comercial de Ilhéus (ACI), José Leite, do Chefe Geral de Extensão da Ceplac, Paulo Roberto Siqueira, do chefe da Área Vegetal da ADAB, Paulo Cardoso Pinto da Silva Júnior, do presidente do Sindicato Rural de Ilhéus, Isidoro Lavigne, do chefe da EBDA, José Carlos Adami, do delegado do Cintran, Luís Carlos dos Santos, do representante do Banco do Brasil, José Brandt, do agente de Desenvolvimento do Banco do Nordeste, Nivaldo Trindade, e do diretor da Universidade Livre da Mata Atlântica, Eduardo Athayde.

Aberta a temporada de surf master

Uma big festa no Bar do Loro, em Patamares, na terça-feira
(8/6), a partir das 20 horas, vai marcar a abertura do Circuito Baiano de
Surf Máster que este ano promete muita disputa ao longo das suas quatro
etapas. Realizado pela Associação Baiana de Surf Máster, o circuito deve
entrar para a história do esporte no Estado como um dos mais bem organizados
de todos os tempos.
A primeira etapa acontece nos dias 19 e 20 deste mês na Praia
de Stella Maris. Depois da abertura, o circuito passa pelas praias de Villas
do Atlântico, nos dias 21 e 22 de agosto, Praia do Sesc, nos dias 2 e 3 de
outubro, tendo a sua decisão na Praia de Aleluia, nos dias 6 e 7 de outubro.

Ao custo de R$ 30,00, as inscrições para as categorias máster
(acima de 35 anos) e gran máster (acima de 44) também serão abertas durante
a festa, no Bar do Loro, onde serão apresentados os troféus da etapa. A novidade é que
quem optar por pagar as inscrições das quatro etapas à vista terá um
desconto, pagando apenas R$ 100,00, além de um aparelho celular da Claro, habilitado
em conta. Quem não for na festa
pode se inscrever depois na Loja da Wave Beach no Aeroclube
Plaza.
A ABSM lembra que é vetada a
participação de atletas que foram rankeados como profissionais no ano de
2003 ou tenham disputado em 2004 como profissional.
Surfistas de outros estado podem participar desde que as Federações
dos seus locais de origem não se oponham.

Como surgiu o forró

Ritmo quente que não deixa ninguém parado, o forró no início do século XX era bem pouco conhecido e restringia-se ao sertão nordestino. Hoje, é um dos ritmos musicais mais populares do Brasil. O termo, segundo o professor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, vem de forrobodó, que em banto quer dizer bagunça, farra, confusão.

Na realidade, o forró nasceu como uma espécie de baile que as pessoas iam para se divertir e dançar ao som de instrumentos regionais – uma mistura de xote, xaxado e baião. O próprio baião teria surgido como um tipo de festa dominada pela dança. Segundo Cascudo, o nome está associado aos termos “rojão” (pequeno trecho musical executado pelas violas no intervalo dos desafios de cantoria) e “baiano”.

Uma outra versão popular sobre a origem do gênero diz que o forró surgiu através das festas for all organizadas por ingleses que chefiavam trabalhadores das estradas de ferro do interior do Nordeste, no final do século XIX. Uma placa na porta do baile indicava que a festa era para todos. Brasileiros e estrangeiros reuniam-se para beber e dançar nos dias de folga, em grande harmonia.

Verdadeiras ou duvidosas, as duas versões mostram que o forró como gênero musical se popularizou a partir das festas do sertão. Mas para falar desse ritmo tão nacional, não há como esquecer de uma figura de tamanha relevância: Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Nesse ponto, a história do forró se confunde com a própria história do cantador.

Por Luísa Torreão

A Disputa pela Água

No século 20, a população mundial cresceu três vezes e o consumo seis vezes.
A distribuição de água no planeta não é equilibrada.

Distribuição da Água Doce no Mundo

A ONU – Organização das Nações Unidas – considera que o volume de água suficiente para a vida em comunidade e exercício das atividades humanas, sociais e econômicas, é de 2.500 metros cúbicos de água/habitante/ano. Em regiões onde a disponibilidade de água/habitante/ano está abaixo de 1.500 metros cúbicos, a situação é considerada crítica.

Nas áreas críticas, a disponibilidade de água por pessoa, por dia, é de 3 metros cúbicos. Em algumas regiões do Nordeste do Brasil a disponibilidade de água é de 3,8 metros cúbicos de água por dia. A medida de consumo de água/habitante/dia considerada ideal para regiões de clima tropical é de duzentos litros.

África – 44 milhões de pessoas que vivem em áreas urbanas não têm acesso à água. Das que vivem em zonas rurais, 53% (256 milhões) não contam com serviços de abastecimento de água. No total, 62% dos africanos não têm água. No que se refere a saneamento, 46 milhões não contam com este serviço nas zonas urbanas e 267 milhões na área rural. Ao todo, são 313 milhões sem infra-estrutura de saneamento.

Ásia – 98 milhões de pessoas estão sem acesso à água, nas zonas urbanas, e 595 milhões, ou cerca de 25% da população rural. Ao todo, são 693 milhões, ou 19% dos asiáticos sem serviço de abastecimento. Em saneamento, são mais de 1,9 bilhão de pessoas não antendidas (52%), sendo 1,6 bilhão na área rural e 297 milhões nas zonas urbanas.

América Latina – 78 milhões de pessoas não têm acesso à água, o que corresponde a 15% da população. Em saneamento, a carência de serviço atinge 22% da população e 51% dos moradores rurais. Ao todo 117 milhões de latino-americanos e caribenhos não têm acesso a serviços de saneamento

Oceania – A totalidade dos habitantes das zonas urbanas têm acesso à água e somente 3 milhões, que vivem em áreas rurais, não contam com abastecimento. No saneamento são 2 milhões sem acesso.

Europa – Apenas 0,5% dos habitantes das zonas urbanas não têm acesso à água. Na zona rural, há 23 milhões sem abastecimento, o que corresponde a 13% da população que mora no campo. Na área do saneamento, 8% dos europeus (55 milhões) ainda não contam com esse serviço.

A Questão das Águas

Ameaças à Água

Escassez – O desenvolvimento desordenado das cidades, aliado à ocupação de áreas de mananciais e ao crescimento populacional, provoca o esgotamento das reservas naturais de água e obriga as populações a buscar fontes de captação cada vez mais distantes. A escassez é resultado do consumo cada vez maior, do mau uso dos recursos naturais, do desmatamento, da poluição, do desperdício, da falta de políticas públicas que estimulem o uso sustentável, a participação da sociedade e a educação ambiental.

Desperdício – Resultado da má utilização da água e da falta de educação sanitária. O desconhecimento, a falta de orientação e informação dos cidadãos são os principais fatores que levam ao desperdício, que ocorre, na maioria das vezes, nos usos domésticos, ou seja, na nossa própria casa.

Existem também as perdas decorrentes da deficiência técnica e administrativa dos serviços de abastecimento de água, provocadas, por exemplo, por vazamentos e rompimentos de redes. Essas perdas também se devem à falta de investimentos em programas de reutilização da água para fins industriais e comerciais, pois a água tratada, depois de utilizada, é devolvida aos rios sem tratamento, em forma de efluentes, esgotos e, portanto, poluída.

Estima-se que o desperdício de água no Brasil chegue a 70%.

Má utilização – Uma das atividades que mais desperdiça água é a irrigação por canais ou por aspersão, em decorrência de métodos ultrapassados e ineficientes. O não reuso da água para atividades industriais também é outro exemplo que mais se relaciona ao desperdício e à falta de políticas públicas eficientes de controle e gestão.

Desmatamento – Em áreas de mata ciliar – que protege as margens dos rios, lagos e nascentes – provoca sérios problemas de assoreamento dos corpos d´água, carregamento de materiais e resíduos que comprometem a qualidade das águas. Nas áreas de nascentes e cabeceiras, o desmatamento acarreta o progressivo desaparecimento do manancial. Sem cobertura vegetal e proteção das raízes das árvores, as margens dos corpos d´água desbarrancam ocasionando o transbordamento, enchentes e o desvio do curso natural das águas.

Poluição – Durante séculos o homem utilizou os rios como receptores dos esgotos das cidades e dos efluentes das industrias que reúnem grande volume de produtos tóxicos e metais pesados. Essa prática resultou na morte de enormes e importantes rios. No estado de São Paulo o maior exemplo é rio Tietê que corta o estado de leste a oeste, com 1.100 quilômetros de extensão, seguido dos rios Jundiaí, Piracicaba, Pinheiros e outros bastante degradados e castigados pela poluição.

Além da poluição direta, por lançamento de esgotos, falta de sistemas de tratamento de efluentes e saneamento, há a chamada poluição difusa, que ocorre com o arrasto de lixo, resíduos e diversos tipos de materiais sólidos que são levados aos rios com a enxurrada. Ao “lavar a atmosfera”, a chuva também traz poeira e gases aos corpos d’água.

Nas zonas rurais, os maiores vilões da água são os agrotóxicos utilizados nas lavouras, seguidos do lixo que é jogado nas águas e margens de rios e lagos, além das atividades pecuárias como a suinocultura, esterqueiras e currais, construídos próximos aos corpos d´água.

Há ainda os acidentes com transporte de cargas de resíduos perigosos e tóxicos, rompimento de adutoras de petróleo, óleo, de redes de esgoto e ligações clandestinas. Em algumas regiões, as fossas negras e os lixões podem contaminar os lençóis de água subterrânea.

Ameaças à Humanidade

A crise mundial da água e a desigualdade social – A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU – Organização das Nações Unidas – fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.

As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais. Em regiões onde a situação de falta d´água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, a média de consumo de água por pessoa é de dezenove metros cúbicos/dia, ou de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.

Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico. Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.

Doenças de veiculação hídrica – Transmitidas diretamente através da água, geralmente em regiões desprovidas de serviços de saneamento: cólera, febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar, amebíase ou desinteria amebiana, hepatite infecciosa, poliomielite.

Transmitidas indiretamente através da água: esquistossomose, fluorose, malária, febre amarela, bócio, dengue, tracoma, leptospirose, perturbações gastrointestinais de etiologia escura, infecções dos olhos, ouvidos, gargantas e nariz.

Até o ano 2000, relatórios do Banco Mundial apontavam que seria necessário investir US$ 800 bilhões em tratamento e abastecimento de água para minimizar as desigualdades sociais e enfrentar a situação de falta de saneamento básico, como uma importante ferramenta de saúde pública.

Segundo Martin Gambril, representante do Banco Mundial o valor econômico da água é fator fundamental na busca do desenvolvimento sustentável. “O caso do Rio Nilo, na África, é o exemplo mais evidente de que o valor da água não é só o econômico e sim uma questão de sobrevivência total. O governo do Egito já declarou ao governo da Etiópia, de onde vem mais de 80% da água do Rio Nilo, que se a Etiópia tirar mais uma gota desse rio, isso seria interpretado como uma declaração de guerra. É o extremo da crise e dos conflitos pelo uso da água”.

A Agenda 21, elaborada durante a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Eco-92, dedicou um capítulo especial à questão da água, onde preconiza o uso sustentável dos recursos hídricos, orientando todas as nações para a extrema necessidade de recuperar e garantir a qualidade das águas. Porém, passados quase dez anos, o mundo volta a discutir o mesmo tema, pois ainda assistimos à constante degradação dos rios, dos mananciais superficiais e subterrâneos e a padrões não sustentáveis de consumo de água.

Para reverter esse quadro, a Agenda 21 preconiza que é fundamental a participação efetiva de toda sociedade na gestão dos recursos hídricos. Do II Fórum Mundial da Água, realizado em março de 2000, em Haia, na Holanda, surge o documento denominado “Visão 21- Água para o Povo”, com intuito de fazer com que até o ano de 2025 todos os povos tenham acesso às condições básicas de saneamento de abastecimento de água.

No Brasil dos contrastes, segunda maior potência em reserva de água doce do mundo, onde convivemos com situações de seca semelhantes às dos países que praticamente não têm água, a questão dos recursos hídricos e do saneamento toca profundamente nas relações de poder e de participação da sociedade nos processos de decisão. Segundo Ninon Machado de Faria Leme Franco, diretora do Instituto Ipanema e membro do Interim Steerign Committee da Gender & Water Alliance, a mais importante conclusão desses documentos ratificados pelo Conselho Consultivo para Água Potável e Saneamento, durante o V Fórum realizado em novembro de 2000, em Foz do Iguaçu, é de que o acesso à água para atender às necessidades básicas é direito de todos”.

“A questão fundamental para garantir esse direito não é tecnológica, nem a falta de recursos financeiros, mas essencialmente a falta de comunicação para que todos possam ter acesso à informação adequada e de modo apropriado. As conclusões da Cúpula do Milênio enfatizam, além da questão vital da água, a erradicação da miséria em todo o mundo, principalmente a partir do acesso às condições mínimas de higiene, saneamento e água potável”, afirma Ninon.

Segundo Samuel Barreto, coordenador do Núcleo União Pró-Tietê e representante do Fórum Paulista da Sociedade Civil nos comitês de bacias, todos esses dados e tratados mundiais a respeito da água remetem à co-responsabilidade da sociedade em buscar soluções para o problema. “Podemos dizer que São Paulo já acumula experiência na gestão de recursos hídricos. São mais de quinze anos de consórcio na bacia do Rio Piracicaba, sendo que na Fundação SOS Mata Atlântica já atuamos com o conceito de bacia hidrográfica há dez anos, com destaque para o projeto Observando o Tietê, em que todos os grupos de monitoramento passaram a atuar nos comitês de bacias e conselhos”.

“Esse é o momento de avançar no processo gestão dos recursos hídricos. Para isso, os próximos passos são: aprovar a cobrança pelo uso da água com recursos aplicados na bacia onde foram arrecadados, universalizar a temática das águas, eliminar entraves burocráticos e preconceitos com relação à participação da sociedade civil e fortalecer o engajamento de toda sociedade nos organismos de bacias”.

Flora e Fauna da Mata Atlântica

A Mata Atlântica representa uma grande riqueza de patrimônio genético e paisagístico, demonstrada por índices verdadeiramente impressionantes: 55% das espécies arbóreas e 40% para espécies não arbóreas são endêmicas (ou seja: uma, entre cada duas espécies ocorre exclusivamente naquele local). Os números não param por aí: 70% no caso de espécies como as bromélias e orquídeas e no caso da fauna, 39% dos mamíferos que vivem na floresta são endêmicos. Mais de 15% dos primatas existentes no Brasil habitam a floresta e a grande maioria dessas espécies são endêmicas.

Algumas das espécies importantes, e algumas das mais conhecidas da Mata Atlântica.


Fauna

Garça-branca-pequena
Mico-leão-de-cara-dourada
Bicho-preguiça
Gato-do-mato
Tié-sangue
Borboleta
Tamanduá-bandeira
Sagui-da-serra
Tatu-peludo
Caranguejo-guaiamu
Mono-carvoeiro
Jaguatirica
Tucano
Cobras

Flora

Guapuruvu
Caixeta
Pinheiro-do-Paraná
Quaresmeira e Manacá
Cássia
Orquídeas
Araucária
Urucum
Jequitibá-rosa
Embaúba
Pau-brasil
Orelha-de-pau
Sibipiruna
Cedro
Ipê-amarelo
Jacarandá
Manacá-da-serra
Palmito-juçara
Pau-ferro

As Comunidades Tradicionais da Mata Atlântica

Os povos da floresta, quilombolas, indígenas, caiçaras, entre outros, sempre tiveram incorporados em seus modos de vida, sistemas de apropriação de recursos naturais de baixo impacto ambiental. Estes vêm sendo desestruturados pela pressão das práticas de especulação fundiária e imobiliária, dos interesses madeireiros, mineradores e também por conta das estratégias de conservação da natureza.

Os quilombolas e caiçaras vivem atualmente o conflito de serem valoriza-dos por terem contribuído com a preservação do ambiente e ao mesmo tempo são impedidos de realizar atividades tradicionais,como a roça de coivara e o extrativismo do palmito. Já os indígenas enfrentam o problema da própria extinção, não só culturalmente, mas numericamente, a cada dia diminui o número de indivíduos nas aldeias indígenas, em função das péssimas condições de vida.A expectativa de vida dos indígenas nos Brasil é de 42,5 anos, enquanto que a de um brasileiro médio é de 67 anos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Para garantir respostas que contribuam para um manejo sustentável de flora e fauna, assim como fontes adequadas de sobrevivência de populações tradicionais é necessário conhecer melhor as relações entre a biodiversidade e a diversidade cultural brasileira, buscando a conservação de ambas dentro de uma perspectiva que estimule o desenvolvimento sustentável.

O respeito aos direitos e aos conhecimentos adquiridos dos primeiros grupos culturais do país é também uma da mais eficazes formas de conservar e promover a rica diversidade biológica e cultural do litoral brasileiro.

Quilombos

Um dos povos mais representativos desse processo de interação pacífica entre ser humano e natureza são os quilombolas, que são as comunidades rurais negras, inicialmente formadas por ex-escravos. Os quilombos ou mocambos seriam não só povoações fundadas por negros fugidos, mas também redutos de alforriados e livres com a passagem do trabalho escravo para o livre.

Os mocambos são chamados também terras de pretos, comunidades negras isoladas ou remanescentes de quilombos. Existem cerca de 500 quilombos no Brasil. O mais famoso é o dos Kalungas, em Goiás, negros que vivem de escambo e têm um rei simbólico.

As terras das comunidades remanescentes de quilombos estão sob constante ameaça de invasores como fazendeiros, madeireiros, mineradoras, garimpeiros. A partir desta questão de impacto social, em 1988, entidades do movimento negro propuseram que a Constituição do Brasil garantisse para as comunidades negras rurais as suas terras. A proposta foi aceita e o artigo 68 reconhece às comunidades remanescentes de quilombos o direito a propriedade de suas terras.

Na região conhecida como Vale do Ribeira, localizada no sudeste do Estado de São Paulo, há cerca de 50 dessas comunidades. Sua origem tem referências no século XVII, por conta da atividade mineradora que imperou naquele período da história. No Porto de Iguape desembarcaram os escravos africanos vindos para trabalhar na região nas atividades de mineração. Com o fim do ciclo do ouro, muitas daquelas pessoas permaneceram no local. Com as condições locais e a convivência coletiva, foi sendo construído um modo de vida específico, com características culturais que prevalecem até hoje.

Cada família possui uma área demarcada e em cada um dos sítios familiares há áreas de terras de uso, áreas que são mantidas como capuavas, ou seja, que possibilitam o descanso da terra de lavoura, e áreas onde a vegetação se mantém, onde em determinados momentos se realiza o extrativismo.

Apesar de todos os problemas que enfrentam, os quilombos tem se estruturado de maneira a resistir às pressões e fazer valer as suas conquistas. Uma das formas encontradas foi a sua organização em torno de associações de quilombos. No processo de seu reconhecimento coletivo como descendentes de escravos e sujeitos sociais que tiveram papel fundamental na preservação da maior área de Floresta Atlântica ininterrupta do país, esta população se organiza propondo alternativas que viabilizem a sua permanência no local e a conservação do meio ambiente.

Caiçaras

O termo “caiçara”, de origem tupi-guarani, é traduzido para o português como cerca para proteção, curral ou armadilhas para pesca e caça. É usado também para designar um dos primeiros grupos culturais nacionais: o dos mestiços de índios e portugueses que passaram a ocupar um faixa litorânea do território nacional, correspondente ao que hoje compreende os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

O grupo tem sua origem na união de indígenas perseguidos e escravizados pelos europeus com portugueses marginalizados do processo oficial de ocupação da nova colônia. Essa perseguição proporcionou o distanciamento dos outro núcleos populacionais do período.

A conseqüência desse isolamento permitiu ao grupo caiçara uma independência econômica e cultural, mesclando técnicas e conhecimento europeus e indígenas e dessa forma otimizando o aproveitamento dos recursos naturais da Mata Atlântica e de seus ecossistemas associados, como restingas, mangues e corpos d’água.

Os caiçaras podem ser caracterizados pelo desenvolvimento de um complexo sistema de atividades que se complementam, destacando-se a agricultura de coivara, o extrativismo vegetal, a caça, a coleta de moluscos e crustáceos e a pesca, seja em rios, lagunas ou mar aberto.

A forma de exploração do recursos naturais, os meios de produção simples, a baixa ocupação demográfica e o aspecto cultural de produção de poucos excedentes, além de seu profundo conhecimento do meio natural, determinaram que fossem importante agentes da conservação ambiental.

O seu processo de empobrecimento e perda da identidade sócio-econômico-cultural deu-se em função do destino de novos usos para a faixa litorânea com a expansão de frentes urbanas, industriais e agropecuárias, inclusive pelas áreas de turismo e lazer, além da criação da unidades de conservação de características restritivas.

A conseqüência desse processo, de implantação de pólos industriais, construção de casas e estruturas turísticas, além da exploração sem critério dos recursos naturais, acarretou, num período muito curto, danos ambientais muito mais graves do que os causados pelos indígenas, caiçaras e quilombos durante séculos de ocupação.

Como resultado dessa seqüência de desrespeito aos seus direitos, centenas de comunidades entraram em processo de empobrecimento e de maior dependência da economia de mercado. As alternativas para grande parte dos que resistiram em suas áreas tradicionais foram a de trabalhar como empregados na construção civil, pesca industrial, caseiros, ou como extrativistas/coletores de recursos naturais de alto valor de mercado, tais como palmito, camarão, ostra, madeiras nobres, e na maior parte do tempo trabalhando de forma clandestina.

Por outro lado, nos últimos anos, as comunidades caiçaras, com o auxílio das ONGs ambientalistas têm conseguido lutar para que seus direitos sejam reconhecidos, propiciando a implantação de novos modelos de desenvolvimento, baseados no acervo de conhecimentos e com princípios ambientais para a sustentabilidade da Mata Atlântica.

Indígenas

Originalmente ocupavam o litoral brasileiro dezenas de nações indígenas entre elas os Guaranis e Kaingang (SP, PR), os Potiguara (ES), os Pataxó (BA), entre vários outros grupos já extintos, como os Comboios e os Guainazes. As populações indígenas possuem um conhecimento especial das plantas nativas da floresta, que usam como remédios eficientes no tratamento de muitas doenças.

O modo de vida específico desses povos permaneceu inalterado por milhares de séculos. Sofreu a primeira ameaça quando os europeus chegaram às costas brasileiras, no início do século XVI. Naquela época eram 3,5 milhões de indígenas que aqui habitavam e hoje restam não mais do que 300 mil, distribuídos em aproximadamente 200 grupos étnicos, com características peculiares e idiomas distintos.

Hoje e sempre, as nações indígenas têm várias reivindicações: reclamam seus direitos coletivos sobre suas terras, direitos de decidirem sobre seu futuro e participarem das decisões que os afetam, direitos ao usufruto exclusivo das riquezas do solo e do subsolo, direitos à organização e canais de representação, direitos individuais, entre vários outros que afetam a sua identidade cultural e a sua sobrevivência enquanto os primeiros e verdadeiros brasileiros.

“ILHÉUS ECO CINE-2004”

De 10 a 12 deste mês, o Cine-Teatro Fernando Leite Mendes, da Fundação Cultural de Ilhéus, vai exibir das 16 às 21 horas, a programação da “Ilhéus Eco Cine-2004”, evento da Fundação Cultural em parceria com a Fundação-Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata) e Assessoria de Comunicação da Prefeitura. São ao todo 39 obras de curta-metragem entre reportagens, documentários, ensaios, vídeos experimentais, ficções e vinhetas publicitárias com enfoques para ecologia, cidadania e memória cultural, que integram a I Mostra Nacional do Vídeo Sócio-Ambiental e I Competitiva Regional de Curtas.

A coordenação diz que no programa da mostra nacional consta a exibição de vídeos educativos e informativos sobre a conservação da biodiversidade, proteção dos recursos hídricos, problemas ambientais urbanos, questões ligadas à coleta do lixo domiciliar e hospitalar e educação ambiental. Também está programada a exibição de diversos documentários especiais, a exemplo de “Jaú, um talismã”, de Sérgio Bernardes, visita à maior unidade de conservação do país e “Caçada”, de Valéria Del Cueto, que substituiu as armas pela câmera de vídeo.

REGIONAIS – Os destaques regionais são os vídeos “Verde com o cacau da Bahia”, sobre o trabalho da ONG ilheense Jupará, recém-premiado em festival internacional e o vídeo “APA Lagoa Encantada”, que retrata o projeto que a ONG Abará realiza com as comunidades ribeirinhas para promover o turismo ecológico e proteger o rio Almada e a Lagoa Encantada. Também “Hot spots”, da Conservation International, que ressalta a mata atlântica sul-baiana dentre as florestas ameaçadas do planeta e a campanha publicitária do Green Peace.

Também a questão da cidadania é abordada na obra dos documentaristas Eduardo Coutinho, Cláudio Ceccon e Sérgio Goldemberg, respectivamente, diretores de “Um lugar para se viver”, sobre trabalhadores urbanos e “Alguém falou de racismo”, que trata da questão preconceitual na sala de aula e “Nem como uma flor”, sobre a violência contra a mulher. O debate sobre o Brasil está na ficção “Porão”, de Fernando Mozart, recém-lançado. O premiado “Segredos da mata”, fábulas sobre monstros canibais narradas e interpretadas por índios, de Domenique Gallois e o vídeo “Descendentes da terra”, de Ronald Almenteiro, sobre remanescentes de quilombos, resgatam a memória e as raízes culturais indígena e negra.

JORNALÍSTICOS – Outros destaques são os curtas de ficção e experimentais da Casa de Cinema de Porto Alegre. O premiado “Ilha das flores”, de Jorge Furtado, considerado o mais popular vídeo de educação ambiental e “Essa não é a sua vida” do mesmo autor, além de “No amor”, de Nelson Naldotti e “Passageiros”, de Carlos Gerbasi e Glênio Póvoas. Outros da “Ilhéus Eco Cine” são os desenhos animados do Centro de Animação de Campinas, as obras de Mauricio Squarisi e de oficinas com crianças.
No gênero jornalístico serão apresentadas duas séries de reportagens sobre ecologia no sul da Bahia, veiculadas em programas de TVs regionais e nacionais. Destaque também para as reportagens de Paula Saldanha e Roberto Werneck, no programa “Expedições”, veiculadas naS TVs Educativa e Cultura, “Descobrimento do Brasil”, “Baleia Jubarte” e “Mata Atlântica 2004”.

NOVOS EVENTOS NO FÓRUM

As atrações do VI Fórum Compromisso com Ilhéus serão reabertas às 15 horas de amanhã (5) com as oficinas de palhaços, no espaço livre. Já a mostra de vídeos institucionais será exibida às 16h30min, no auditório, e às 17h30min será realizado um happy hour de música, no palco. Nesse mesmo dia acontece um show ecológico com Zenrique Guimarães, também no palco. Na programação de domingo (6) o público poderá participar de brincadeiras, no espaço livre, e para as 16 horas acontece uma nova rodada da mostra de vídeo institucional, no auditório. As 18 horas, no palco acontece dança através do núcleo, e no palco será realizada a atividade teatral denominada de decoreba.

A mostra das ações realizadas pela administração pública do município de Ilhéus nos últimos anos e montada através de exposições fotográficas retratando os avanços obtidos pelo governo, é uma boa opção para quem deseja conhecer aspectos importantes do passado e do presente da vida do município que comemora 470 anos de história em 28 de junho próximo. A grade de atrações deste final de semana do VI Fórum Compromisso com Ilhéus, inspirado no evento realizado ao longo dos últimos anos entre agentes da administração municipal e a sociedade civil organizada para discutirem as prioridades de investimentos, inclui oficinas de teatro, mostra de vídeos institucionais, happy hour, show ecológicos e dança.

No espaço, que funciona de 15 às 22 horas, em toldos instalados na avenida Soares Lopes, com programação diária durante todo período das exposições que se encerram no dia 28 de junho, o público pode dispor de atrativos como ciber café, sessão de cinema, aulas de aeróbica , expressão corporal, palestras, espetáculos de dança, capoeira e dança afro, entre outras. Para o prefeito Jabes Ribeiro o evento é muito importante porque funciona como uma espécie de prestação de contas à população da cidade, “e nós temos consciência de que Ilhéus tem avançado muito, em que pese os reflexos da crise da lavoura cacaueira e a recessão econômica do país”.

ESCOLA DA PRINCESA ISABEL REALIZA MUTIRÃO DA CIDADANIA

Com a finalidade de fortalecer o intercâmbio entre escola, família e comunidade e oportunizar aos alunos práticas educativas diferenciadas, trabalhando com temas do programa Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), elaborado pelo Ministério da Educação e desenvolvido em Ilhéus pela Secretaria de Educação, a exemplo de ética e cidadania, a Escola Municipal Princesa Isabel realiza segunda-feira (7), o I Mutirão da Cidadania. Os trabalhos – que serão iniciados a partir das 9 horas – no prédio da escola -, têm o apoio da prefeitura, através das secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social, programas Sentinela e Nota 10 e Associação de Moradores dos Altos Santa Inês e Vidigal.

A diretora da escola e uma das coordenadoras do mutirão, Lidiney Campos, garante que durante todo o dia alunos, integrantes do colegiado, moradores da avenida Princesa Isabel e dos altos próximos à escola serão submetidos gratuitamente a diversos exames preventivos e prestação de serviços, como atendimento médico-odontológico, corte de cabelo e tiragem de documentos e de fotos. Além disso, participarão de palestras proferidas por Suedy Mayne e Ana Ceres Ferreira. O encerramento está programado para às 15 horas.

DEBATE – Destaca Lidiney Campos que no mesmo local ficou reservado para os alunos do turno noturno e comunidade um ciclo de debates sobre ética e cidadania, com a participação da professora Maria Luiza Heine, presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, de coordenadores do Programa Nota 10, do aluno Gildo Silva Amaral, representante de grupo indígena, e integrantes de grupos de alcoólicos anônimos. Antes do encerramento acontece apresentação cultural com a participação de alunos e convidados.

ITAMAR ALMEIDA LANÇA NOVO CD

O músico ilheense Itamar Almeida vai lançar seu terceiro CD a partir das 20 horas de quarta- feira, 9 de junho, no Teatro Municipal de Ilhéus, e o ingresso para o show custa R$ 5,00. Consagrado como um dos maiores compositores da região, Itamar Almeida gravou, em parceria com Reizinho, as músicas “Infinito”, “Linda princesa do sul”, “Bom baiano”, “Baby”, “Delirante” e “Estrelas”, sucessos de crítica e público. De Itamar Almeida, o cantor Silvano Júnior gavou “Rima junina”, “Pisando mansinho”, “Vaidade” e “Dito popular”. Também Silvano Júnior e Frank Aguiar gravaram juntos a composição “Quero-me casar”, de Itamar Almeida. A banda Circuito Fechado gravou as composições “Jeito de forrobodó” e “mal entendido”, reafirmando o talento do compositor.

Compositor e cantor, Itamar Almeida começou a cantar aos seis anos, num coral de Igreja, e aos 14 anos já participava de shows de calouros em ginásios de esportes, se desancando pelo seu talento nato, além de fazer apresentações em espetáculos de calouros. Depois disso, foi percussionista bi-vocal em bandas da região: passou pela Realce, Lordão e outras. Suas primeiras composições aconteceram com o cantor Reizinho, dando uma idéia da amplidão das belezas de suas letras e da harmonia das músicas.

No currículo de Itamar têm registros de passagens pelo Festival de Arte de Buerarema, Projetos Pixiguinha e Seis e Meia e Festival Mico Leão Cara Dourada. Participações no Ilhéus Forró 2002 e na abertura do show de José Delmo “O contador de história grapiúna filho de Itabuna” e em consagrados shows realizados em Aracaju e Salvador nos anos de 2002 e 2003, e do programa de televisão Portal Brasil.

CIDADES IRMÃS

O prefeito Jabes Ribeiro recebeu ofício do prefeito da cidade norte-americana, Davenport, no estado de Iowa, Charles W. Brooke, comunicando que o Conselho da Prefeitura daquela cidade aprovou a relação de Cidade-Irmã, entre Ilhéus e Davenport. Na sua correspondência, Brooke diz que, “estamos muito felizes que isto tenha acontecido e esperamos muitos anos de trocas ativas e informativas entre as duas cidades”, ressaltando que “foi dito também que a Universidade de St Ambrose e a Uesc estão com um acordo de intercâmbio para assinarem, e também intercâmbios com um consórcio pelo qual a Universidade de St. Ambrose é membro que possivelmente envolverá a Maramata”.

Destacou ainda o prefeito da cidade norte-americana que a organização Cidades irmãs Internacional (Sisters Cities International) assinou acordo com o Rio Grande do Sul para tentar despertar o interesse dos EUA e cidades brasileiras para começar as relações, “e estou satisfeito que Ilhéus e Davenport estão entre os líderes desta nova iniciativa”. Finalmente, Charles Brooke, convida o prefeito Jabes Ribeiro para que realize visita a Davenport e que também faça sugestões no que se refere aos objetivos da relação entre as duas cidades.

VISITA – No início deste ano, uma delegação da cidade de Davenport esteve visitando Ilhéus, onde teve oportunidade de conhecer toda a infra-estrutura do município, a exemplo da rede educacional e de saúde, além do parque industrial e a importância da lavoura cacaueira para a região. Durante permanência da cidade, os norte-americanos foram acompanhados por secretários municipais e mantiveram audiências com o prefeito Jabes Ribeiro.