Ele informou que em Ilhéus tem crescido este ano o número de homicídios e de roubos de veículos, “mas em contrapartida, outras modalidades de crime têm apresentado uma queda significativa nos últimos quatro meses.” Caíram os roubos a casas comerciais, os assaltos a ônibus e o roubo a residências e a transeuntes, na cidade foram realizadas 102 prisões em flagrante e 39 por porte de arma. O juiz da vara crime Raimundo Alves de Souza informou que uma das preocupações é o grande numero de processos em andamento por tráfico de drogas e nos últimos anos, o numero de processos aumentou de 22 a 25 por mês para até 96 em fevereiro passado, o que dá uma dimensão da gravidade do problema, “hoje, temos cerca de cinco mil processos em tramitação”.
ESTATÍSTICA – Ao citar estatísticas da ONU que colocam o Brasil como líder na prática de homicídios em escala planetária, o juiz Alfredo Santos Couto considerou a impunidade como uma das causas da insegurança publica. Ele considerou a criação do Conselho Municipal de Segurança uma ação prática e que precisa dar resultados, com integração da policia, Ministério Público, Justiça, poder público e a sociedade civil organizada. Defendeu ainda a elaboração de um documento para ser encaminhado ao governo do estado relatando as carências de segurança de Ilhéus e pontuando os investimentos e ações setoriais a serem realizadas para ampliação do combate à criminalidade. Já a promotora Luciana Isabela Moreira também defendeu a elaboração de um documento e uma ação integrada da PM, Polícia Civil e Ministério Público para implementação de um programa efetivo de combate à criminalidade, com repressão ao trafico de drogas, ao roubo, apreensão de armas e com um trabalho complementar voltado para a educação e o lazer.
Também a promotora Darluzes Ribeiro defendeu ações integradas de combate à criminalidade e a violência em Ilhéus, o que passa pelo investimento em infra-estrutura e como o desenvolvimento de um política de prevenção da criminalidade. O consenso de todos os participantes é de que o país vive uma situação de guerra não declarada, daí a necessidade de desarmar a população. O presidente do Gac, Marcelo Mendonça criticou o modelo legalista, onde os rigores da lei se sobrepõem à segurança da população: “hoje, vivemos uma situação de instabilidade social gerada pela violência e não sabemos a quem recorrer se á promotoria, à Justiça, à PM, Policia Civil ou mesmo à prefeitura. O que sei é que hoje não podemos mais deixar nossos filhos brincando de bicicleta nas ruas, daí a necessidade de medidas duras e radicais”, lamentou.
O projeto do Conselho de Segurança também foi elogiado pelo presidente da CDL, Paulo Ganem, que defende mais segurança para o comércio e citou o caso de dois empresários agredidos por meninos de rua. O empresário José Duarte, do setor de transportes, também criticou o crescimento da violência, que obriga a adoção de medidas de segurança, inclusive com a colocação de câmeras digitais e cofres nos veículos da sua empresa.