Neste dia 14 de março, data em que se comemora o Dia Nacional da Poesia e Dia de Castro Alves, a Academia de Letras de Ilhéus completará 45 anos e vai ganhar a primeira sede da história da instituição, fundada em 1959 por um grupo de intelectuais e artistas liderados pelo escritor Abel Pereira, de 94 anos, atualmente residente no Rio de Janeiro, mas com presença confirmada na solenidade. O prefeito do município, Jabes Ribeiro, cumpre mais um projeto do programa de resgate histórico e cultural de Ilhéus, fazendo a doação, com a devida aprovação da Câmara de Vereadores, e inaugurando a sede da Academia, localizada na rua Antônio Lavigne de Lemos, no coração do Quarteirão Jorge Amado.
A Academia surgiu no momento em que expressivos intelectuais da cidade, como Jorge Amado, Abel Pereira, Sosígenes Costa, Jorge Medauar, Adonias Filho, Nilo Pinto e Camilo de Jesus Lima, entre outros, entenderam a importância de fundar a entidade valorizando o movimento literário sediado em Ilhéus. Segundo o atual presidente da ALI, ex-prefeito Ariston Cardoso, o programa de inauguração terá início às 17h15min, na praça Castro Alves, onde a Cia. Teatro Popular de Ilhéus fará uma performance em homenagem ao maior poeta baiano de todos os tempos. Em seguida, às 18 horas, haverá a inauguração da sede própria da Academia.
O presidente da instituição, Ariston Cardoso, coordenará a reabertura dos trabalhos da ALI. O acadêmico Dorival de Freitas fará a saudação ao conferencista Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, membro da Academia de Letras da Bahia, que virá de Salvador especialmente para o evento. Após a palavra de Gaspar Sadoc, o acadêmico Hélio Pólvora agradecerá, em nome da entidade, ao Poder Público Municipal a doação da sede própria. Ao final, o prefeito Jabes Ribeiro, que também é acadêmico, fará o seu pronunciamento.
MEMBROS – Diversos escritores e poetas do Sul da Bahia fazem parte hoje da Academia de Letras de Ilhéus, como Hélio Pólvora, Janete Badaró, Abel Pereira, Antônio Lopes, Maria Luiza Heine, Neuza Maria Kerner, Maria Schaun, Francolino Neto, dom Caetano Lima dos Santos, José Cândido Carvalho Filho, Mário Pessoa Filho, Dorival de Freitas, João Higyno Filho, Zélia Gattai, Soane Nazaré de Andrade, Antônio Lavigne de Lemos, Edgar Souza, Maria Luiza Nora, Jorge Calmon, entre outros.
Agora com a sede própria, a perspectiva da Academia é dinamizar as atividades da instituição, realizando sessões permanentemente, adotando medidas de aproximação com a comunidade cultural e estudantil, além de servir como ponto de atração turística. Localizada numa das mais importantes ruas do centro histórico de Ilhéus, a Academia situa-se próximo ao Bar Vesúvio, à igreja matriz de São Jorge, à catedral de São Sebastião, entre outros pontos de visitação.
DITO E FEITO – Na opinião do prefeito Jabes Ribeiro, a obra da sede da Academia de Letras de Ilhéus é um compromisso efetivo com a comunidade intelectual, que ao longo de 45 anos tem contribuído para a formação do perfil cultural e histórico da cidade, desenvolvendo trabalhos de projeção nacional e propagando as potencialidades históricas e literárias do município. Desde o seu primeiro mandato como prefeito, encerrado em 1988, Ribeiro sempre destacou como prioridade obras de caráter eminentemente cultural, tendo investido recursos da própria Prefeitura para a reconstrução do Teatro Municipal, que se encontrava em ruínas.
O prefeito encerra seu terceiro mandato à frente do município e se diz realizado com o alcance de outros projetos importantes para a história e progresso da cidade, como a criação da Fundação Cultural de Ilhéus, a implantação da Casa de Cultura Jorge Amado – hoje um dos pontos turísticos mais visitados, a criação da Biblioteca Pública Municipal Adonias Filho no histórico prédio General Osório – totalmente restaurado, o Arquivo Público Municipal João Mangabeira, a restauração do Palácio Paranaguá – sede do Poder Executivo, além de medidas legais de incentivo à preservação do patrimônio arquitetônico e histórico, com destaque para a obra de urbanização do Quarteirão Jorge Amado, em parceria com o governo do Estado, formatando um produto turístico-cultural no centro da cidade.
NOVOS PROJETOS – Segundo o prefeito, os esforços financeiros e de parceria têm sido muito grandes, mas fundamentais para a realização dos projetos culturais. Ele garante que cumprirá o mandato concluindo programas que são ferramentas indispensáveis ao desenvolvimento cultural e econômico de Ilhéus. Ressalta que já está em andamento a segunda etapa de urbanização do Quarteirão Jorge Amado incluindo a área do cais do antigo porto, com o apoio do governador Paulo Souto, e em fase de conclusão a reconstrução total do famoso Bataclan, equipamento de lazer imortalizado na obra literária de Jorge Amado – Gabriela, Cravo e Canela -, em parceria com a Petrobrás.
Ribeiro revela que tem mais dois grandes projetos de resgate cultural e garante o compromisso de cumpri-los. Um deles é a transformação do prédio histórico do Palácio Paranaguá no Museu da Cidade de Ilhéus, equipamento necessário para a valorização da história da antiga capitania hereditária de São Jorge e muito importante para o turismo local. O outro é o resgate do prédio da extinta União Protetora, localizado na avenida Dois de Julho, que deverá ser transformado em sede da Associação Bahiana de Imprensa – Regional Sul, abrigando também o Instituto Histórico de Ilhéus e a Sociedade Arte e Cultura de Ilhéus – SACI.