OCUPAÇÕES EM ÁREAS IRREGULARES VOLTAM A SER DEBATIDAS EM ILHÉUS

Ao participar ontem (18) à tarde de audiência pública, no plenário da Câmara de Vereadores, que discutiu questões relacionadas à ocupações em áreas irregulares no município de Ilhéus, o secretário de Planejamento, Antônio Vieira, disse que o prefeito Jabes Ribeiro, antes de retornar esta semana de Brasília, esteve no Ministério da Cidade, solicitando agilização dos recursos para que sejam iniciadas as obras da primeira etapa do Programa Habitar Brasil, que visam a remoção das famílias que vivem à beira de manguezais junto à rodovia Jorge Amado – Ilhéus-Itabuna – e na entrada do bairro Teotônio Vilela. “Esses recursos vão possibilitar a construção de novas casas para essas famílias e também a realização de urbanização de todo o alto do mesmo bairro, onde programas sociais serão implementados na comunidade que essas famílias vivem”, disse.

Ressalta Antônio Vieira que o prefeito Jabes Ribeiro está preocupado com a questão de ocupações de áreas irregulares e de risco que ocorreram no município, “e tem trabalhando para reverter essa ação, em parceria com o Ibama e com outros órgãos sediados em Ilhéus, a exemplo da Coelba e a Embasa”, afirma. Explica o secretário que consta no projeto de urbanização que o alto Teotônio Vilela será contemplado com obras de infra-estrutura, quadra poliesportiva, dentre outros equipamentos. Lembra ainda que em função da ocorrência de ocupações irregulares em áreas de manguezais na zona norte do município, o bairro São Domingos está sendo no momento objeto de intensa fiscalização.

PRESENÇAS – A audiência pública contou com a presença dos secretários municipais de Planejamento e Controle Orçamentário e Governo, respectivamente, Antônio Vieira e Soane Nazaré de Andrade – representando o prefeito Jabes Ribeiro –, e do chefe regional do Ibama, Sérgio Ramos, e dos analistas ambientais Francisco Assis Carneiro e Humberto Costa, do vereador Ivo Evangelista, que solicitou sua realização, além de pouco mais de trinta pessoas que moram no bairro São Domingos.

MUSEU DO MAR DA CAPITANIA RECEBE NOVAS DOAÇÕES

O Museu do Mar da Capitania, equipamento da Fundação- Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), instalado numa casa ao pé do Morro de Pernambuco, no bairro de Nova Brasília, zona sul da cidade de Ilhéus, está ampliando seu acervo através da recepção de novas espécies marinhas. O museu – que se caracteriza pelas abordagens de temas distintos como a literatura, a música e o esporte, entre outros que dão a dimensão das peças que marcam diversas épocas e traduzem áreas diferentes do conhecimento humano, — foi agraciado com três esponjas do mar, animais metazoários poríferos, marinhos ou de água doce, cujo corpo é provido de numerosos poros, canais e câmaras pelos quais penetra e sai água.

A doação foi feita pelo pescador Ruy Cavalcante, uma vez que as esponjas são animais raros, e isso para o museu significa o enriquecimento do acervo referente à fauna marinha. Em vida, a espécie curiosa tem coloração clara, mas depois de morta passa por transformações, deixando-a escura. O professor Soane Nazaré de Andrade, presidente da Fundação Maramata, conclama a população no sentido de fazer doações ao museu, tendo em vista a necessidade de continuar ampliando o leque de peças da instituição, para auxiliar de forma significativa diversas áreas do conhecimento humano.

Desde que foi inaugurado, o museu vem recebendo visitas de personalidades e de milhares de populares. Na semana passada, o bispo diocesano D. Mauro Montagnoli, da Diocese de Ilhéus visitou as instalações da Maramata e do Museu do Mar da Capitania, aproveitando a oportunidade para plantar uma muda de pau-brasil no Campus das Espumas flutuantes. “Aqui estive pela primeira vez, visitando esse impressionante e magnífico museu. Na sua simplicidade e modéstia podemos entrar no começo da historia de Ilhéus e vivenciar fatos passados, que dão sustento a historia presente”, disse na oportunidade.

FISCALIZAÇÃO INTEGRADA DIVULGA RELATÓRIO DE ATIVIDADES/2003

O departamento de Ação Integrada da Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Ilhéus realizou no ano passado 3.187 atendimentos ao público, e, no mesmo período, através de sua equipe de fiscalização, fez 1.212 notificações com 179 auto de infrações. De acordo com o chefe de Fiscalização Integrada, Ivan Gomes, consta também do relatório de atividades anuais a apreensão de 97 materiais diversos, 28 apreensões de animais soltos nas ruas, “e, além disso, também atendemos 492 denúncias feitas por cidadãos, sempre procurando a solução para o problema”, afirmou.

Ainda em 2003, foram realizadas 15 interdições, 36 visitas a pontos de desmanches, emitidas 42 certidões, assim como foram retiradas 1.879 faixas que foram colocadas em vias públicas sem a prévia autorização. Ressalta Ivan Gomes que, embora muitas vezes não seja compreendido por alguns, o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Ação Integrada é primordial para manter a cidade organizada, impedindo, por exemplo, que áreas centrais sejam invadidas por vendedores ambulantes, prejudicando não só o comerciante legalmente estabelecido como também o visual da cidade.

Delegação brasileira embarca para o ISA Games

A delegação brasileira embarcou hoje para Salinas, Equador, palco do tradicional
ISA World Surfing Games 2004, também conhecido como os “Jogos Mundiais de Surf”.
O evento começa nesta sexta-feira (19/03), com a cerimônia de abertura, e se
estende até o dia 29 de março.
Segundo Juca de Barros, presidente da Confederação Brasileira de Surf (CBS), o
time está bastante confiante em repetir o bom resultado de 2000, na Baía de
Maracaípe (PE), quando o Brasil conquistou seu primeiro e único título no
evento.
“Vamos lutar com muita raça pelo bicampeonato. Temos uma equipe forte,
talentosa e totalmente capaz de subir ao lugar mais do pódio no Equador”,
revela Juca, um dos integrantes da comissão técnica brasileira na competição.

Houve uma mudança na lista dos atletas anunciados para representar a bandeira
verde-amarela em Salinas. O cearense Márcio Farney não conseguiu a verba
necessária para bancar a viagem e foi substituído pelo catarinense Jussemir
Júnior.
Além de Jussemir, compõem a categoria Open os surfistas Marcelo Coutinho (SC),
Martins Bernardo (CE) e Flávio “Teco” Padaratz, que será o capitão do time
brasileiro.
Conceituado surfista profissional e integrante da elite do surf mundial por
vários anos, “Teco” ainda não conhece as ondas equatorianas.
“Fico feliz por encarar um novo desafio. Espero adaptar-me rapidamente às
ondas de Salinas e contribuir com a equipe, não só através da minha
experiência, mas também com meu desempenho dentro d’água”, afirmou o capitão.
Quem também vai passar bastante experiência para o time verde-amarelo é a
carioca Andréa Lopes, tricampeã brasileira de surf profissional. Andréa e a
jovem catarinense Marina Werneck representam o Brasil na categoria Feminino.
“É uma enorme satisfação integrar a equipe do Brasil no ISA Games. Não vou
medir esforços para honrar nossa bandeira na competição, garra não vai
faltar”, promete Andréa.
Uma das grandes esperanças do time brasileiro em Salinas é o carioca Marcelo
Freitas, que representa o país na categoria Longboard. Campeão das duas
últimas edições do ISA Games, Marcelo Freitas está confiante em conquistar o
tricampeonato e ajudar o time brasileiro a obter preciosos pontos na luta pelo
título entre equipes.
“A missão pelo tri é dura, mas estou preparado para brigar pelo título e ajudar
a equipe na competição”, fala Freitas.
Na categoria Bodyboard, três atletas de peso compõem a delegação verde-amarela.
Entre os homens, integram a equipe o cearense Roberto Bruno, tetracampeão
brasileiro profissional, e o carioca Bruno Invyk, atual nº. 1 entre os amadores
brasileiros.
A capixaba Neymara Carvalho é a representante feminina na categoria. Na última
edição do ISA Games, em Durban, África do Sul, Neymara não deu chances às
adversárias e levou o título mundial.

Outra vantagem do time nacional é a intimidade com as ondas de Salinas, onde
em 2003 o Brasil sagrou-se tetracampeão pan-americano. Dos atletas que vão
disputar o ISA Games, fizeram parte da delegação os atletas Marcelo Coutinho,
Jussemir Júnior, Martins Bernardo e Roberto Bruno.
A equipe CBS disputa os Jogos Mundiais com o apoio da Mormaii, Rudy Project,
Waves.Terra, Red Bull, Nivana Turismo, Ministério do Esporte e Comitê
Olímpico Brasileiro (COB).

Equipe Brasileira CBS

Open

Flávio “Teco” Padaratz (SC) – Bicampeão mundial do WQS (1992 e 1999)
Jussemir Júnior (SC) – 4º. lugar no Pan-Americano do Equador em 2003
Marcelo Coutinho (SC) – Vice-campeão brasileiro amador em 2003
Martins Bernardo (CE) – 3º lugar no Brasileiro Amador em 2003

Feminino

Andréa Lopes (RJ) – Tricampeã brasileira de surf profissional
Marina Werneck (SC) – Campeã brasileira da categoria Feminino Júnior em 2003

Longboard

Marcelo Freitas (RJ) – Bicampeão mundial do ISA Games (2000 e 2002)

Bodyboard Feminino

Neymara Carvalho (ES) – Campeã mundial do ISA Games em 2002 e profissional em 2003

Bodyboard Masculino

Roberto Bruno (CE) – Tetracampeão brasileiro profissional e 3º. lugar no
Pan-Americano do Equador em 2003
Bruno Invyk (RJ) – Atual campeão brasileiro amador

Técnico

Marcos Conde (RJ)

Managers

Adalvo Argolo (BA)
Juca de Barros (PR)

Árbitro ISA / CBS

Jordão Bailo Jr. (SC)

Diretor de Provas ISA / CBS

Marcos Bukão (SP)

Árbitro CBS

Gustavo Missurelli (PR)

Árbitro Bodyboard ISA/CBS

Francisco Garritano (RJ)

Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Surf (CBS)

Ader Oliveira adersurf@yahoo.com.br www.cbsurf.com.br

(73) 8801-3274

MAIS DE 90% DOS ALUNOS DO “NOTA DEZ EM TUDO” CONSEGUEM APROVAÇÃO NAS

O alto índice de aprovação no ensino regular vem sendo um dos grandes destaques do “Nota Dez em Tudo”, programa idealizado e mantido há três anos pelo vereador Zerinaldo Sena (Zerí). Dos 250 alunos inscritos em 2003, cerca de 92% conseguiu êxito nas escolas da rede pública de Ilhéus. Segundo a coordenação do programa, o sucesso dos alunos nas salas de aula é resultado da proposta do “Nota Dez”, que combina o estímulo ao esporte com responsabilidade educacional.

Entre os casos de sucesso escolar, está o aluno Danilo da Silva Santos que foi considerado um dos melhores do Colégio Moisés Bohana, recebendo, inclusive, uma bolsa de estudos da Uesc. O destaque dos alunos também acontece na área esportiva. Este ano, seis adolescentes do “Nota Dez em Tudo” foram aprovados para disputarem o Campeonato Baiano de Futebol Júnior, sendo que dois deles já são titulares.

Atualmente, o programa mantém 270 jovens nas escolinhas de futebol, vôlei e basquete desenvolvidas no CAIC Darcy Ribeiro, de segunda a sexta-feira, sempre das 8 às 10h30min e das 14 às 17h3min. Para conseguir uma vaga no “Nota Dez”, o candidato ou candidata deve apresentar comprovante de matrícula em uma das escolas da rede pública ou privada de ensino da cidade. A regularidade nas aulas de futebol e na escola formal são aspectos observados com rigor. “Se o aluno for reprovado, só será reintegrado se for bem na primeira unidade do ano seguinte”, esclarece Marcos Garcia, coordenador do programa.

TERMINAL URBANO ENTRA EM NOVA FASE DE OBRAS

A Prefeitura de Ilhéus prossegue com as obras de reforma e ampliação do Terminal Urbano João Mangabeira, no centro da cidade, e, atualmente, além do piso das plataformas também estão sendo concretadas as pistas de rolamento, conforme informações do secretário de Infra-Estrutura, Isaac Albagli. Segundo ele, os serviços também se expandem para a área de drenagem, onde a Prefeitura vem realizando a recuperação do antigo sistema adaptando-o às novas exigências da reforma. No que se refere a praça de alimentação, que vai abrigar os antigos proprietários de boxes, os pontos comerciais em alvenaria já se encontram com os serviços concluídos assim como toda a área específica.

De acordo com o secretário, o Terminal Urbano contará com plataformas cobertas e também irá implantar sistema de catracas em áreas pré-determinadas para o acesso, além de rampas para os deficientes físicos. “Além disso, contaremos com baterias de sanitários públicos, telefones, e moderno sistema de iluminação”, afirmou, salientando que, o próximo passo, após conclusão das obras, será a de transformar o Terminal em Estação de Transbordo, possibilitando o usuário se deslocar para qualquer localidade pagando apenas uma passagem.

Lembra Isaac Albagli que a modernização do sistema de transporte urbano e interdistrital vem sendo uma prioridade do prefeito Jabes Ribeiro ao longo dos últimos anos, “e neste período foram realizadas concorrências públicas com a entrada de duas empresas, a São Miguel e Viametro, além da implantação de linhas com micro-ônibus para atender alguns altos da cidade, e ônibus com ar-condicionado”, afirmou.

PROFESSORES PARTICIPAM DE AULAS AMBIENTAIS NA MARAMATA

Com o intuito de capacitar professores das redes municipal e estadual de ensino de Ilhéus, sempre com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação (PCNs), a Fundação-Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata) está implementando grupos de estudo que discutem sobre temas relacionados à preservação do meio ambiente. Os encontros acontecem quinzenalmente, no campus da instituição, “onde os debates e estudos são complementados com visitas técnicas a locais pertinentes ao assunto em discussão. A duração da formação deste grupo será determinada pelo empenho dos participantes, sendo ao final emitido certificado de freqüência”, destacou o presidente, professor Soane Nazaré de Andrade.

Já o gerente de Projetos e Desenvolvimento Ambiental da Maramata, professor Fábio Massena – que integra a equipe de coordenação dos trabalhos – o trabalho é resultado de adesão feita pelos professores no terceiro painel científico realizado em novembro do ano passado. “Ficamos muitos satisfeitos com este primeiro encontro. Acreditamos que teremos grande êxito no andamento desta atividade que será de fundamental importância para a inserção da educação ambiental de forma organizada na escola e na comunidade”, explica.

PRESENÇAS – Segundo o professor Soane Nazaré de Andrade, para essa ação – que aconteceu no dia 17, com um total de trinta participantes, além da coordenadora do Projeto Águia da Cultura, professora Maria de Lourdes Telles, estiveram presentes representantes das escolas Menor do Futuro, Vovô Isaac Perpétua Marques e Professor Osvaldo Ramos, Centro Comunitário Dr. Nelson d`Oliveira (Nelson Costa), Projeto BMD e ArtEducação e Creche Solidariedade, dentre outras.

BINGO EM BENEFÍCIO DA APAE REÚNE 13 MÚSICOS

Um show beneficente que terá a participação de treze músicos ilheenses, inserindo nesse elenco a apresentação de grupos de samba e do mais puro estilo brega, acontece a partir das 14 horas deste domingo (21), no bar “Só Fillé”, localizado na Central de Abastecimento da zona sul da cidade. Durante as apresentações dos músicos será realizado um bingo, cuja renda será revertida em benefício da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Ilhéus e da Creche Nossa Senhora da Conceição. O preço da cartela, que pode ser adquirida antecipadamente na Apae, Sacolão Gabriela, Creche Nossa Senhora da Conceição e Bar Só Fillé, custa 3 reais e mais um quilo de alimento não perecível. A Prefeitura de Ilhéus apoia o evento.

Do elenco do show fazem parte Benner Show, Renner, banda TKO do Brasil, Top Gan e Ronaldo Silva, banda Astral do Samba, Somos Nós, Mix Mania, Genius do Bolero, Raylandder, Djalma Show e Rodrigo Santana, Sólove, Alex Lessa e Jane Poeta. No bingo serão sorteados uma bicicleta, ventilador, liquidificador, batedeira, ferro elétrico, espremedor de laranja, despertador, caixa de cerveja e de refrigerante, vale-gás e outros prêmios. Os coordenadores do evento informaram que a Apae e a creche estão necessitando da ajuda da população para manter as atividades assistenciais dos excepcionais menos assistidos.

CHUVAS DEIXAM ILHÉUS EM ESTADO DE ALERTA

As secretarias de Assistência Social, Infra-Estrutura, Planejamento e de Serviços Públicos, da Prefeitura de Ilhéus, continuam em estado de alerta devido as fortes chuvas que vêm caindo sobre o município, trabalhando em conjunto com o Corpo-de-Bombeiros e outros órgãos afins, com a finalidade de prestar socorro às famílias que estejam necessitando de apoio nas localidades que estão sendo mais atingidas com as águas. Devido o temporal que desabou sobre a cidade na madrugada de hoje (18), as equipes voltaram a realizar visitas de inspeção, e até o momento o único caso mais grave registrado ocorreu no alto Soledade, zona norte da cidade, onde uma residência corre o risco de desabamento.

Já no alto do Basílio, também na zona norte, houve escorrimento de terra na rua João XXIII e algumas casas foram prejudicadas com invasão de barro. Nos imóveis em que as famílias não têm condições de permanecer, estas estão sendo transferidas para residências de familiares ou amigos, recebendo cada uma a ajuda de uma cesta básica. Ainda ocorreram problemas de deslizamento nos altos Jaziel Martins e Nerival, além do Horto Floresta e bairro do Teotônio Vilela que sofreram com alagamentos de trechos.

O secretário de Assistência Social, John Ribeiro, informa que todas as ocorrências estão sendo encaminhadas à Defesa Civil da Bahia, por determinação do prefeito Jabes Ribeiro, com o objetivo de garantir novos benefícios para as famílias prejudicadas. Ressalta que, até o momento, a situação é de tranquilidade, “graças as várias intervenções do Projeto Viva o Morro que tem levado obras de infra-estrutura para a maioria dos altos, como construção de contenção de encostas e pavimentação de ruas”, afirmou.

ATITUDE, VANGUARDA E COMPROMISSO COM A POPULAÇÃO

Com o Programa Força Livre, a dupla de radialistas, Marinho Santos e Vila Nova, vem dando um banho de competência que visivelmente, melhor dizendo auditivamente, dispara em audiência na cidade de Ilhéus. O programa, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, na rádio Bahiana 1.310 AM, das 16h às 18h, tem batido nas outras emissoras, mesmo nas FMs. Resultado de muita informação, questionamentos em defesa do povo, prestação de serviços, cobertura policial isenta e responsável.



Foto: Aderino França

FROTA DE TÁXIS DE ILHÉUS SERÁ VISTORIADA NA PRÓXIMA SEMANA

A vistoria na frota de táxis de Ilhéus, que compreende inspeção nas condições do sistema do veículo, começa na próxima terça-feira (23) e estende-se até a sexta-feira, 26 de março, mas para que isso possa ser realizado, antes, o proprietário deve entrar com abertura de processo de renovação de alvará até a próxima sexta-feira (19), na Seção de Fiscalização de Transportes da Prefeitura. Na abertura do processo, o permissionário deve apresentar o cartão de identificação do alvará, xerox do documento do veículo e carteira de motorista.

Segundo informação do chefe da Seção de Fiscalização de Transportes e superintendente municipal de Trânsito e Transporte de Ilhéus, Joliel Coutinho Tannus, a vistoria será realizada, no estacionamento da praça D. Eduardo, próximo a praia da avenida Soares Lopes. De acordo com ele, os veículos de placas com terminações 01, 02 e 03 serão vistoriados no primeiro dia da operação, e os com terminações 04, 05 e 06 passarão pela vistoria no dia 24 de março. Já os carros com o placas terminadas em 07, 08, 09 serão vistoriados no dia seguinte, quando termina a operação.

SAÚDE IMPLEMENTA EM ILHÉUS CAMPANHA PARA VACINAR IDOSOS

Num trabalho articulado entre os clubes de serviço e da terceira idade, associações de moradores, Marinha, Exército e também com a Infraero, a Secretaria de Saúde, através do Departamento de Vigilância à Saúde, antecipa na sede e zona rural de Ilhéus a campanha nacional de vacinação de idosos, que acontece no dia 17 de abril. No município, os trabalhos serão realizados a partir do dia 14 do mesmo mês, com a proposta de imunizar 27 mil e 510 idosos a partir de 60 anos de idade. Em paralelo, a coordenação dos trabalhos decidiu colocar em ação com equipes distintas, vacinar cães e gatos.

Para que os trabalhos alcancem pleno êxito principalmente no dia nacional da campanha, serão instalados 40 postos fixos que serão distribuídos em quatro zonas da cidade. Já no interior do município a campanha será desenvolvida em cinqüenta pontos diferentes. Na oportunidade, vão trabalhar auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiras e agentes comunitários de saúde que vão atuar nos espaços que serão cedidos pela Marinha, Exército e a Infraero para funcionar como postos de vacinação.

Na opinião do secretário de Saúde, Paulo Medauar, a vacina, conforme dados científicos, é o meio mais eficaz para prevenir a gripe. Segundo ele, as gripes são causadas por vírus. “Existem aproximadamente 150 vírus da gripe, o que toma muito difícil desenvolver um tratamento preventivo contra eles. Após o primeiro contato com o vírus, há um período de incubação de 48 a 72 horas antes da apresentação dos primeiros sintomas”, ressalta.

Ainda de acordo com o secretário, uma gripe dura em média sete dias, sendo que em alguns casos pode durar duas semanas. A cada ano, mais de 150 milhões de pessoas são imunizadas contra a gripe em países de todo o mundo, a exemplo do Brasil, França, Inglaterra, Uruguai, Argentina e EUA.

INCUBADORA DE EMPRESAS TERÁ APOIO TECNOLÓGICO DO CEPEDI

O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico em Informática e Eletroeletrônica de Ilhéus -Cepedi- está investindo nas obras da Fundação Incubadora de Empresas de Ilhéus, que estão em ritmo acelerado e vai ocupar uma área construída de 342 metros quadrados, com três salas, cada uma delas com 50 metros quadrados e um auditório, o qual vai servir para palestras, seminários e cursos, além de contar com toda uma infra-estrutura de apoio operacional. A incubadora vai funcionar numa área anexa ao Cepedi, com acesso e estacionamento privativos, segundo o presidente do Cepedi, Antônio Zugaib, que também é secretário de Desenvolvimento Econômico.

Ele explica que a fundação tem o objetivo de contribuir para a criação, desenvolvimento e aprimoramento de micro e pequenas empresas de base tecnológica ou que apresentem produtos ou serviços inovadores, nos seus aspectos tecnológicos, gerenciais, mercadológicos e de recursos humanos. Além disso, a incubadora embora vá atuar prioritariamente na área de informática e eletroeletrônico, também deverá oferecer suporte para outros projetos agroindustriais voltados para a geração de novas tecnologias, emprego e renda.
Para Antônio Zugaib a proposta visa fortalecer e estimular a cultura empreendedora em Ilhéus e na região, atuando na articulação das políticas públicas e privadas na área de desenvolvimento científico e tecnológico, “participando assim, do desenvolvimento da sociedade incubando empresas de base tecnológica capazes de gerar e transmitir conhecimento científico, tecnológico e cultural,” enfatizou.
METAS – Entre as metas previstas na implantação da sede da incubadora, que vai funcionar em um anexo nas dependências do Cepedi, ele destaca a capacidade para atender até 16 empresas simultaneamente, em três salas equipadas com duas estações de trabalho para cada unidade empresarial instalada. Cada empresa atendida terá toda a infra-estrutura de apoio, com suporte de rede e acesso á Internet, climatização por sistema de resfriamento de água, auditórios e banheiros.
A idéia, segundo Zugaib, é começar com a incubação de pelo menos oito micro e pequenas empresas ainda no primeiro ano de funcionamento e igual número no segundo ano. A fundação vai atuar na captação de recursos públicos setoriais para assegurar a sua manutenção e operação da infra-estrutura de apoio aos projetos e na captação de investimentos privados para financiar a pesquisa cientifica e o processo de inovação tecnológica nas empresas incubadas.
INOVAÇÃO – O secretário de Desenvolvimento Social enfatiza ainda, que a incubadora vai atuar não apenas no apoio à consolidação de projetos empresariais a partir do estudo e implementação de planos de negócios, como também na geração de patentes e produtos inovadores nas áreas de informática, automação, telecomunicações, e ainda no setor agroindustrial.
Ele observa que a implantação do projeto a partir de um aporte de recursos do Cepedi vai transformar a incubadora de empresas num centro de referência regional de inovação tecnológica e de cultura empreendedora, com um amplo leque de serviços através de espaços individualizados para instalação do escritório de cada empresa, apoio a gestão empresarial, através de consultoria e treinamento específicos, além do suporte à implementação de sistemas de qualidade, de consultoria sobre o layout empresarial e facilidades de uso de telefone, xerox, energia, internet, segurança, almoxarifado e mesmo a disponibilidade de um sistema de compras em comum.
A incubadora de empresas vai oferecer uma base de planejamento para gerenciamento de projetos junto a órgãos de financiamento como Finep, Sebrae, CNPq, Fapesb e do balcão Sebrae Bahia, com todas as suas facilidades, garantindo ainda consultoria para registros de patentes junto ao INPI. Já as empresas residentes deverão ser legalizadas, pagando aluguel e condomínio, se comprometendo também a apresentar relatório anual de atividades operacionais e de pesquisa, além de cumprir compromissos fiscais, parafiscais e trabalhistas, tendo participação efetiva nas iniciativas de aperfeiçoamento gerencial e de qualidade dos produtos.

PREFEITO ENTREGA 6.ª FEIRA NOVAS ESCRITURAS PÚBLICAS EM ILHÉUS

O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, participa nesta sexta-feira (19), de mais uma solenidade de entrega de escrituras públicas no bairro Nelson Costa, localizado na zona sul da cidade. O ato acontece na creche Nossa Senhora da Conceição, segunda travessa da rua Senhor dos Passos, a partir das 19 horas, quando na oportunidade serão entregues aproximadamente 600 concessões gratuitas de posse dos terrenos que tenham até 250 metros quadrados de área.

No ano passado, afirma o secretário de Administração, Antônio Madureira, o prefeito já havia realizado no mesmo bairro a entrega de aproximadamente 800 escrituras públicas, “e até o final deste ano ainda retornaremos ao Nelson Costa para novas entregas, uma vez que, naquela localidade, existem quase 4.500 terrenos sem regularização”. A concessão, de acordo com o secretário, atende a Medida Provisória 2220/01, do Governo Federal, e para ser beneficiado, o morador não pode ser proprietário de outro imóvel.

No último dia 12, em solenidade realizada no alto do Carvalho, no bairro do Malhado, zona norte da cidade, o prefeito Jabes Ribeiro fez a entrega de 200 escrituras públicas, beneficiando as famílias residentes próximo ao alto da Esperança, rua da Horta e na avenida Ubaitaba. “De posse definitiva de seus terrenos, os proprietários podem, a partir de agora, obter créditos bancários, além de também poder realizar outros tipos de transações comerciais”, garantiu.

PREFEITURA E CEF FIRMAM PARCERIA PARA ABERTURA DE CONTAS POPULARES

Criar condições de acesso fácil ao crédito, além de oportunizar abertura de conta bancária a custo zero, são os maiores atrativos do programa Conta Caixa Aqui, da Caixa Econômica Federal (CEF), destinado ao público de baixa renda, sem condições financeiras de ser correntista de uma instituição financeira. Neste contexto, a CEF – agência Ilhéus, firmou parceria com a Secretaria de Assistência Social do município, visando ampliar o número de adeptos deste programa. A partir daí, a secretaria disponibilizou uma sala em sua sede, localizada na rua Mário Alfredo, ao lado do Memorial da Cultural Negra, onde a Caixa está realizando um atendimento diário de cerca de 50 novos correntistas desde segunda-feira (15) estendendo-se até sexta-feira (19).

Segundo Maria Helena, estagiária da CEF que está realizando este trabalho na Secretária de Assistência Social de Ilhéus, para a abertura de uma conta do programa que prioriza a população mais carente da população, exige-se somente as xerox da carteira de identidade e do CPF. Extrato entre outros serviços também são gratuitos. “Isso dará oportunidade da pessoa ter sua própria conta bancária sem qualquer despesa operacional, com possibilidade ainda de obtenção de um financiamento de R$ 200, a ser pago com juros de 2 por cento ao mês”, afirmou.

O secretário de Assistência Social, John Ribeiro, enfatizou as vantagens do uso do cartão magnético bancário, explicando sobre o empréstimo de R$ 200, que pode ser facilitado ao correntista depois de três meses de movimentação da conta. Na visão dele, o governo de Ilhéus procura incentivar programas que visem beneficiar a população de baixa renda, por acreditar que isso possibilita a inclusão social.

A HISTÓRIA DA CAPOEIRA

A Origem

Nenhum pesquisador até hoje, determinou com exatidão a origem do nome da CAPOEIRA. Porém, dentre as muitas hipóteses que surgiram e que ainda surgem, a que mais se assemelha ao correto é de que esta palavra seja de origem Tupy-Guarany, pois o local onde os negros se refugiavam das perseguições dos feitores e capitães-do-mato e também onde se travavam lutas entre eles para que não voltassem às senzalas.



Foto: Divulgação

Os índios chamavam de KAPU`ERA este local, que era sempre no meio das matas ao redor das fazendas de engenho, onde o mato era ralo, rente ao chão ou às vezes até mesmo cortado (roçado) pelos negros para a prática dos movimentos e golpes da luta. Até hoje os povos do interior dos estados brasileiros, principalmente de Minas Gerais chamam estes locais de capoeira muitas vezes sem saber que esta é o nome que dá significado à palavra capoeira.

A capoeira veio para o Brasil com os negros africanos na época do Brasil Colônia, por volta do ano de 1538, na fase áurea do desbravamento e desenvolvimento do nosso país. Na África, esta luta não se chamava capoeira e sim N’Golo e lá era apenas uma diversão. Havia, inclusive, campeonatos onde os melhores lutadores eram chamados de guerreiros, tinham privilégios junto aos líderes das tribos e sempre eram os preferidos pelas mulheres na hora de casarem, pois eram considerados o mais forte e sadios. O N`Golo era praticado principalmente pelos “Humbes”, uma tribo da região sul de Angola e a palavra N`Golo é traduzida por “Dança as Zebra”. Os movimentos imitavam alguns movimentos das zebras em luta ou em carreira ou ainda, das zebras machos para conquistar uma fêmea no cio.
Ao serem trazidos como escravos para o Brasil, os negros angolanos passaram a usar esta luta não mais para se divertirem, mas para se defenderem das atrocidades do homem branco. Não é possível dizer com exatidão em que data ou local se travou a primeira batalha corporal entre negros e brancos. Na qual foram utilizados golpes de capoeira. Porém, já foram encontrados registros de sua existência a partir do século XVII, no litoral da Bahia, onde era maior a concentração de negros no Brasil. Também se diz dos litorais de Pernambuco, Rio de Janeiro, Alagoas e Paraíba.
Conta a história que os negros do Quilombo dos Palmares, o maior e mais famoso reduto de negros fugitivos que existiu, levaram uma enorme vantagem nas lutas corporais contra os seus perseguidores, tendo em vista a rapidez, a violência e a potencia com que os negros deferiam golpes de pés e perna, conseguindo cada guerreiro levar vantagem sobre três ou quatros homens do rei, como eram chamados os soldados naquela época. Foi devido a esta habilidade de lutar de seus integrantes que o Quilombo dos Palmares resistiu por mais de cem anos ás invasões e á destruição.
Até chegarão que é hoje a arte da capoeira, passou por muitas “provações”, pois ter sido marginalizada e até mesmo proibida, ainda sobreviveu por conta de seus maiores expoentes humanos, ou seja, Mestre Pastinha e Mestre Bimba que, apesar de toda a fama que tiveram, morrer am abandonados, na miséria e sem verem sua arte valorizada e difundida aos quatro cantos do mundo.
Contar a história da capoeira é “quase” impossível. Porém, para ficar menos difícil, é só lembrarmos de Zumbi que, na verdade, foi o primeiro “mestre”de capoeira da história.
Dos tempos da escravidão pra cá, muita coisa aconteceu no mundo da capoeira,. Foram crises, proibições, perseguições, etc.
Atualmente, a capoeira é reconhecida e praticada mundialmente por um número incalculável de pessoa.
Porém, existem pontos a serem discutidos e melhor evidenciados. Dentre eles, muitas coisas que as pessoas falam, mas, que até agora, não disseram realmente nada.
O crime que virou esporte.
Na época da escravidão a prática da copeira foi perseguida a ferro e fogo, porém, depois de passado este período, a capoeira ainda continuou a ser alvo de poderosos que tentavam dar-lhe um fim, impondo leis à sua prática. O código penal de 1890, criado durante o governo do Marechal Deodoro da Fonseca, fazia proibição à prática da capoeira em todo o território nacional e reforçado por decretos que impunham penas severas aos capoeiristas, este código só fez aumentar o ódio às perseguições dos chefes de policia que tentavam a todo custo fazer valer a lei contra os capoeiristas. O motivo de tanta perseguição era que a capoeira trás em toda a sua essência, ou seja, a liberdade.
Mesmo passando por todas estas provações, a capoeira resistiu e se firmou até os dias atuais. De luta proibida antigamente, a capoeira passou a ser um suporte, ou melhor, o esporte nacional. Genuinamente brasileira, a capoeira hoje é uma “potência” que dá aos seus praticantes mais fiéis um meio de vida e sustento, sem luxo nem ostentações, mais com dignidade e respeito.
Hoje, o esporte capoeira é praticado no Brasil de sul a norte e, mundo afora, a capoeira já conquistou países como Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Suíça, Inglaterra, Japão, Portugal, Espanha, Israel, Itália, França, Suécia, Áustria, dentre outros.
Do crime reprimido à duras penas ao esporte praticado pelo mundo afora, esta é a capoeira, uma herança negra que todo mundo guarda em si como um tesouro invaliável.
No tempo da República, quando foi proibida, a capoeira se fez transformar em crime e o crime gera a violência. Nesta época, os capoeiristas eram considerados marginais e, para dar continuidade a prática proibida, eles se escondiam em barracões das companhias portuárias das cidades do Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Os capoeiras, como eram chamados, se organizavam em bandos e esses bandos eram chamados de “maltas”. Os maltas de capoeira saíam para enfrentar rivais em festas e datas comemorativas diante das bandas militares e procissões religiosas misturado assim, brincadeiras e violência. Os que eram mais perigosos não se empunham tanto assim, mas eram bons nas lutas de faca, porrete e navalha. Á propósito, a navalha era uma das armas mais usadas por aqueles que não tinha poder aquisitivo para possuir uma arma de fogo. Elas eram constantemente roubadas das barbearias para o uso como arma de luta.
Nesta época, o sistema partidário político era movido à corrupção, e para tanto, a capoeira foi uma ferramenta ideal pois,alem de ser considerada prática criminosa,os capoeiras faziam verdadeiras badernas, tornando-se uma valiosa arma entre partidos rivais para que um pudesse destruir o comício do outro. Para isso, um partido contratava sorrateiramente duas maltas rivais sem que uma soubesse do contrato da outra para que se encontrasse no comício e a partir daí, a confusão estava formada, cabendo á policia, acabar com a festa.
Duas das “gangues” mais violentadas do Rio de Janeiro, naquela época,eram as dos Guaiamuns e dos Nagoas, verdadeiras fortalezas em matéria de briga de rua e de desordem publica. A gangue dos Nagoas servia ao Partido Conservador e a dos Guaiamuns, ao Partido Liberal, sendo estes dois maiores e mais poderosos partidos políticos da época, imagina-se resto.
Até então a lei punia com penas que variam de trezentos açoites com sal e cachaça mais a ida para o calabouço das prisões a quem fosse pego na capoeiragem. Porém, o auge da repressão se deu em 1893, quando foi instituída a deportagem dos capoeiras do Rio de Janeiro para a ilha de Fernando de Noronha onde havia um presídio de trabalhos forçados. Na Bahia, a capoeiragem foi desorganizada pela eminência da Guerra do Paraguai e, todos os que fossem pegos na vadiação da capoeira eram mandados para a linha de frente da guerra de 1864. as gangues do Recife só foram extintas em 1912 por pura falta de graça para a violência pois, foi a partir desta data que a capoeira passou a ser considerada como brincadeira e deu origem ao frevo, como tudo o que deixa de ser proibido perde a graça…
Foi em nome da liberdade para a capoeira como um todo que a luta continuou e continua até hoje. Mesmo sob o ferro da repressão, grandes nomes de capoeiristas celebres passaram para a história. Entre estes estão nomes que já se foram como Mestre Pastinha, Mestre Bimba, Mestre Gigante, Manduca da Praia, Mestre Leopoldina, Pedro Cobra, Nascimento Grande e Besouro Mangangá, que ganhou este apelido devido ao conteúdo de uma lenda que o cercava e que dizia que quando ele se via cercado por muitos homens armados, ele se transformava num inseto, um besouro gigante e saia voando, deixando todos apavorados com o seu sumiço. Sem usar armas, a capoeira bateu-se esse tempo todo contra a injustiça que perseguia seus praticantes. Hoje a capoeira é arte, arte livre e pura que trás em seu íntimo a luta de um povo pela própria liberdade de viver.
No Brasil a capoeira cresce num contexto de conflito no recôncavo baiano, nas fazendas do Rio de Janeiro e nas serras de Pernambuco. Através das sagas dos quilombos foram aprimoradas técnicas de combate, dissimuladas nas senzalas, onde, diante dos olhos do feitor, era praticada a luta em forma de dança. No dia 31 de outubro de 1821, o intendente geral da polícia da corte recebia do príncipe regente, instruções para por fim às desordens provocadas pelos capoeiras. Com a Guerra do Paraguai, estes capoeiras faziam parte das maltas de capoeira que promoviam a desordem pública e atemorizavam os transeuntes, intimidando pessoas pacíficas.
Cabe destacar que, além de muitos elementos oriundos de classes mais pobres, muitos rapazes de alta roda da burguesia cultivavam com entusiasmo a prática da capoeira que já estava criando raízes na sociedade carioca. Em 1890, com o advento da república, teve início uma ferrenha campanha contra a prática da capoeira, levando muitos jovens da sociedade a se transformarem em marginais, já que a capoeirA ERA TIDA COMO CRIME. Devido tanta proibição foram criados códigos e estratégias de comunicação através dos toque de cavalaria(a policia anda a cavalo), ou através do toque Amazonas ou de são Bento Grande que dava aviso de área livre.
Toda esta perseguição era na verdade preconceito, racismo de classes misturados com medo e ignorância por parte daqueles que se sentiam ameaçados com o fortalecimento da cultura afro-brasileira. No entanto, em 1937, o então presidente Getulio Vargas,revogou a lei de SampaioFerraz,liberando a capoeiragem.Isto depois de assistir a uma apresentação de Mestre Bimba e de seus aluno. Esta apresentação deixou Getulio Vargas muito impressionado com a beleza da arte da capoeira,e dando licença a Mestre Bimba para registrar sua “escola,” tornando-se o primeiro a sistematizar o ensino da capoeira no Brasil.Mestre Bimba introduz inovações no jogo, golpes e contra-golpes de bateria, o atabaque,o berimbau,o agogô, o reco-reco,destituindo do jogo rituais como a ladainha,por exemplo.Era capoeira Regional. O estilo Angola resiste e permanece até hoje como a expressão primeira da capoeira. Comparação à parte, o que importa mesmo a historia dessa cultura tão rica e tão importante que é parte maior da atual cultura brasileira.

Capoeira Regional

A capoeira Regional é uma manifestação da cultura baiana, que foi criada em 1928 por Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba). Ele utilizou os seus conhecimentos da Capoeira Angola e do Batuque. A Capoeira Angola é uma manifestação primitiva que nasceu de necessidade de libertação de um povo escravizado, oprimido, sofrido e revoltado. Podemos considera-la a mãe da Capoeira Regional. O batuque, é uma luta braba, violenta, onde o objetivo era jogar o adversário no chão usando apenas as pernas. MESTRE BIMBA DISSE “EM 1928 EU CRIEI, COMPLETA, A REGIONAL, QUE É O BA TUQUE MISTURADO COM A ANGOLA, COM MAIS GOLPES, UMA VERDADEIRA LUTA, BOA PARA O FÍSICO E PARA A MENTE.”
Manoel dos Reis machado (Mestre Bimba), nasceu em 23 de novembro de1900, no bairro de Engenho Velho de Brotas, em Salvador, Bahia, filho de Luís Cândido Machado, famoso campeão baiano de batuque, e de Maria martinha do Bonfim. Foi carvoeiro, doqueiro, trapicheiro, carpinteiro, mais principalmente capoeirista, MESTRE DE CAPOEIRA, condição esta adquirida por reconhecimento popular e pelo respeito da sociedade, numa época em que a perseguição às manifestações da cultura negra era muito intensa e perversa. Muniz Sodré, Ex-aluno se refere ao Mestre dizendo “foi uma das grandes figuras do que se poderia chamar de ciclo heróico dos negros da Bahia.” Somente aos 12 anos de idade, Bimba o caçula de dona martinha, iniciou-se na capoeira, na Estrada das Boiadas, hoje bairro da liberdade. Seu Mestre foi o africano Bentinho, Capitão da Companhia de navegação baiana. As características principais da Capoeira Regional são:
 Exame de Admissão: Seqüência de Ensino de Mestre Bimba. Seqüência da Cintura Desprezada . Batizado.
 Esquenta Banho. Formatura. Lúna. Curso de Especialização. Músicas.

1- Exame de admissão: Consistia de três exercícios básicos, cocorinha, queda de rins, e deslocamento (ponte), com a finalidade de verificar a flexibilidade, força e equilíbrio do iniciante. Em seguida a aula de coordenação onde o aluno aprendia a gingar auxiliando pelo Mestre Bimba. Para ensinar a ginga, Mestre Bimba convidava o aluno para o centro da sala e frente a frente pegava- o pelas mãos e ensinava primeiramente os movimentos das pernas e a colocação exata dos pés, e em seguida realizava o movimento completo em coordenação com os braços. Este momento era importantíssimo para o iniciante pois lhe transmitia coragem e segurança. Acordeon Ex- aluno do Mestre poeticamente diz… ELE ERA FORTE NA ALMA TINHA UMA FACA NO OLHAR QUE CORTAVA A GENTE DE CIMA A BAIXO QUANDO ESTAVA A ENSINAR…”.
2- Seqüência de Ensino de Mestre Bimba: O Mestre criou o primeiro método de ensino da capoeira, que consta de uma seqüência lógica de movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, podendo ser ministrada para os iniciantes na forma simplificada, o que permite que os alunos aprendam jogando com uma forte motivação e segurança. Jair Moura, Ex- aluno explica “esta seqüência é uma série de exercícios físicos completos e organizados e em número de lições práticas e eficientes, a fim de que o principiante em capoeira, dentro de um menor espaço do tempo possível, se convença do valor da luta, como um sistema de ataque e defesa”. A seqüência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308, o que desenvolve sobremaneira o condicionamento físico e a habilidade motora especifica dos praticantes.
3- Cintura Desprezada é uma seqüência de golpes ligados, e balões, também conhecido como Movimentos de Projeção da Capoeira, onde o capoeirista projeta o companheiro, que deverá cair em pé ou agachado jamais sentado. Tem o objetivo de desenvolver a auto-confiança, o senso de cooperação, responsabilidade, agilidade e destreza.
4- Batizado é um momento de grande significado para o aluno, depois de ter aprendido toda a seqüência, encontra-se apto para jogar pela primeira vez na roda. Itapoan, Ex-aluno retrata o Batizado da seguinte maneira. “O Batizado consistia em colocar em cada calouro um “Nome de guerra” o tipo físico, o bairro onde morava, a profissão, o modo de se vestir, atitudes, um dom artístico qualquer, serviam de subsídios para o apelido”. Fred Abreu referindo-se ao batizado, cita que na intimidade da Academia de Mestre Bimba ele assim se dizia “Você hoje vai entrar no aço”. Desta maneira o Mestre avisava ao calouro que chegou a hora do seu batizado era um momento de grande emoção, pois trata-se de jogar capoeira pela primeira vez na roda animada pelo berimbau. Para este jogo era escolhido um formado ou um aluno mais velho da Academia que estivesse na aula, que como padrinho incentivava ao afilhado a jogar (soltar o jogo), e após o jogo o Mestre no centro da roda levantava a mão do aluno e então era dado um apelido “Nome da Guerra” com o qual passaria a ser conhecido na capoeira.
5- Esquenta Banho- Segundo Itapoan o “esquenta banho” originou-se da necessidade dos alunos de se manterem aquecidos “esquentados” …”. Logo após o termino da aula todos os praticantes corriam para o banheiro a fim de tornarem uma chuverada, no entanto o banheiro da academia era pequeno com só chuveiro com água fina, o que proporcionava um congestionamento e a inevitável fila. Para não esfriar o corpo, os aluno mais velhos, normalmente os formados tomavam a iniciativa e começava o “Esquenta Banho”. Este era um momento fértil da aula, pois se tratava do espaço do aluno, também chamado de “Bumba Meu Boi” ou “Arranca Rabo” devido aos freqüentes desafios para acerto de contas, como exemplo, descontar um golpe tomado durante a roda. Muitos formados aproveitavam para testar suas capacidades desafiando dois três, ou mais adversários. Também era muito comum o utilizar esse momento para o treinamento de golpes difíceis e satisfatório como: vingativa, rasteira, banda de costa e etc.
6- Formatura- A formatura era um dia todo espacial para o Mestre e seu alunos, um ritual com direito a paraninfo, orador, e madrinha, lenço de seda azul e medalha. A festa era realizada no Sítio Caruano no Nordeste de Amaralina na presença dos convidados e de toda a academia. Os formados vestidos todo de branco, usando basqueteira, atendiam o chamado do Mestre Bimba que solicitava a demonstração de golpes, seqüência, cintura desprezada, jogo de esquete (jogo combinado), em seguida a prova de fogo, o jogo com os formados, também chamado de “Tira Medalha”, um verdadeiro desafio, onde os alunos formados antigos tentavam tirar a medalha dos formados com o pé, e assim manchar a dignidade e roupa impecavelmente branca. Itapoan descreve com muita propriedade, “O objetivo de formado antigo era tirar com um golpe aplicado com o pé, a Medalha do peito do formando, caso isso acontecesse, o aluno deixava de formar, o que era um vexame!”. Por isso o aluno jogava com todos os seus recursos, enfrentando um capoeirista malicioso e técnico até o momento que o Mestre apitasse para encerrar o jogo. Ai, o formado conferia se a medalha continuava presa ao peito, que alivio estava formado! Dando continuidade ao ritual de formatura acontecia as apresentações de maculelê, Samba de Roda, Samba Duro e Candomblé.
7- Lúna- A Lúna é uma marca registrada da Capoeira Regional de Mestre Bimba, é um toque de berimbau criado pelo Mestre, que era tocado no final das aulas ou em eventos especiais, uma toque onde só os alunos formados tinham acesso a roda, com a obrigatoriedade de realizar um “jogo de floreiro”, bonito, criativo, curtido, malicioso e que deveria ter movimentos de projeção. Este jogo suscitava muita admiração e emoção.
8- Curso de Especialização – Este era um curso secreto onde só poderia participar os alunos formados por Mestre Bimba. Tinha como objetivo a aprimoramento da capoeira, com uma ênfase para os ensinamentos de defesa e contra – ataque de golpes advindos de um adversário portanto armas como: navalha, faca, canivete, porrete, facão e até armas de fogo. Sua duração era de três meses divididos em dois módulos, o primeiro com a duração de sessenta dias e era desenvolvido dentro da academia através de uma estratégia de ensino muito peculiar do Mestre. O segundo com duração de 30 dias e era realizada na Chapada do Rio Vermelho, tinha como conteúdo às “emboscadas” a qual Itapoan assim se refere “Uma verdadeira guerra, verdadeiro treinamento de guerrilhas. Bimba colocava quatro a cinco alunos para pegar um de emboscada. O aluno que tivesse sozinho, tinha que lutar até quando pudesse e depois correr, saber correr, correr para o lugar certo”. Ao final do curso o Mestre Bimba fazia uma festa aos moldes da formatura e entregava aos concluintes um “lenço Vermelho” que correspondia a uma titulação de Graduação dos Formados Especializados.
9- Músicas- Podemos dividir em duas partes – a primeira referente aos toques de Berimbau, São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria Idalina e Lúna. A rigor cada toque tem um significado e representa um estilo de jogo. São Bento Grande é um toque que tem ritmo agressivo, indica um jogo alto com golpes aprimorados e bem objetivos, um “jogo duro”. A Banguela é um toque que chama para um jogo compassado, curtido, malicioso e floreado. Cavalaria é o toque de aviso, chama a atenção dos capoeiristas que chegou estranhos na roda, outrora avisava da aproximação de policias. Lúna é um toque espacial para os alunos formados por Mestre Bimba, incita um jogo amistoso, curtindo, malicioso e com a obrigatoriedade do esquete. Santa Maria, Amazonas e Idalina são toques d3e apresentação. A segunda referência é sobre as musicas- quadras e corrido. As quadras são pequenas ladainhas com versos compostos de 4 a 6 linhas. O corrido são cantigas com frases curtas que é retido pelo coro.
10- Principais Mestres- Existem hoje muitos Mestres que se dedicam ao ensino da Capoeira Regional. Porém, vamos nomeá-los inicialmente os alunos de Mestre Bimba que estão atuando na capoeira, seja ministrando aulas ou mesmo trabalhando com pesquisas e difusão da Capoeira Regional. Segue a relação nominal e os respectivos “nome de guerra”adquirido no batismo da capoeira.

Resumo Biográfico de Mestre Pastinha.
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 1889, filho do espanhol José Señor Pastinha e de Dona Maria Eugenia Ferreira. Seu pai era um comerciante, dono de um pequeno armazém no centro histórico de salvador e sua mãe, com a qual ele teve pouco contato, era uma negra natural de Santo Amaro da Purificação e que vivia de vender acarajé e de lavar roupa para famílias mais abastadas da capital baiana.
Menino ainda, Pastinha conheceu a arte da capoeira com apenas 8 anos idade, quando um africano que chamava carinhosamente de Tio Benedito, ao ver o menino pequeno e magrelo apanhar de um garoto mais velho resolveu ensinar-lhe a arte da capoeira. Durante três anos, Pastinha passou tardes inteiras num velho sobrado da rua do Tijolo em Salvador, treinando golpes com meia lua, rasteira, rabo de arraia e outros. Ali ele aprendeu a jogar com a vida e a ser um vencedor.
Viveu uma infância feliz, porém, modesta. Durante as manhãs freqüentava aulas no Liceu de Artes e Ofício, onde também aprendeu pintura. Á tarde, empinava pipa e jogava capoeira. Aos treze anos era o moleque mais respeitado e temido do bairro. Mais tarde, foi matriculado na Escola de Aprendiz Marinheiros por seu pai, que não concordava muito com a vadiagem do moleque. Conheceu os segredos do mar e ensinou aos colegas as manhas da capoeira.
Aos 21 anos voltou para o centro histórico, deixando a Marinha para se dedicar à pintura e exercer o ofício de profissional. Suas horas de folga eram dedicadas à prática da capoeira, cujos treinos eram feitos às escondidas, pois no início do século esta luta era crime previsto no código penal da república.
Em fevereiro de 1941, fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, no casarão número 19 do largo do Pelourinho. Esta foi a sua primeira academia – escola de capoeira. Disciplina e organização eram regras básicas na escola de Pastinha e seus alunos sempre usavam calças pretas e camisas amarelas, cores do Ypiranga Futebol Clube, time do coração de Pastinha.
Mestre Pastinha viajou boa parte do mundo levando a capoeira para representar o Brasil em vários festivais de arte negra. Ele usava todos os seus talentos para valorizar a arte da capoeira. Fazia versos e chegou a escrever um livro, Capoeira Angola, publicado em 1964, pela Gráfica Loreto.
Pastinha trabalhou muito em prol da capoeira, divulgou a arte o quanto lhe foi possível e foi reconhecido por muitos famosos que se maravilharam com suas exibições.
Aos 84 anos e muito debilitado fisicamente, deixou a antiga sede da academia para morar num quartinho velho do Pelourinho, com sua segunda esposa, Dona Maria Romélia e a única renda financeira que tinha era a das vendas dos acarajés que sua esposa vendia. No dia 12 de abril de 1981, Pastinha participou do último jogo de sua vida. Desta vez, com a própria morte. Ele, que tantas vezes jogou com a vida, acabou derrotado pela doença e pela miséria. Morreu aos 92 anos, cego e paralítico, no abrigo D. Pedro II, em Salvador.Morreu Mestre Pastinha numa sexta- feira, 13 de novembro de 1981, vitima de uma parada cardíaca que, no estado frágil em que se encontra, foi fatal.Pequeno e notável em sua arte, Pastinha nos deixou seus ensinamentos de vida em muitas mensagens fortes e inesquecíveis como esta:

“NINGUÉM PODE MOSTRAR TUDO O QUE TEM AS ENTREGAS E REVELAÇÕES, TÊM QUE SER FEITAS AOS POUCOS. HÁ MOMENTOS QUE NÃO PODE SER DIVIDIDOS COM NINGUÉM E NESTES MOMENTOS EXISTEM SEGREDOS QUE NÃO PODEM SER CONTADOS A TODAS AS PESSOAS.”
Mestre Pastinha 10/10/80
CAPOEIRA ATUAL

Já ouvimos falar sobre capoeira estilizada, capoeira regional e capoeira de angola. Percebemos que no começo da história capoeirística havia apenas a capoeira sem diferenciações e depois apareceu alguns estilos, os quais conhecemos hoje.
O mundo é dinâmico e está sujeito a transformações e aprimoramento das suas criações. É o sentido da vida. Hoje já ouvimos falar em copobox, capojitsu e alguns outros estilos que misturam a capoeira e outras lutas. Apesar de estarmos cientes do dinamismo das coisas existem artes que se forem modificadas suas raízes será modificada a arte em si. É o caso das artes marciais orientais que perduram há séculos no mundo, das massagens como o do-in que existe a séculos e pode-se dizer que da capoeira também. Se modificarmos suas origens, se tirarmos dela sua essência deixará de ser capoeira para tornar-se algum outro tipo de arte, luta ou dança. A capoeira é uma manifestação de culturas na qual se modificarmos sua linearidade estaremos negando as culturas pertencentes a esta, estaremos negando sua história, seus valores, sua arte, estaremos abrindo mão de um livro de nossa história. (um dos mais importantes) escrito sem páginas… ou seja que foi transmitido através das gerações. Devemos manter suas raízes, sua essência, podemos claro, adicionar-lhe novas técnicas sem no entanto alterar o seu básico.
Não podemos esquecer que nós fomos feitos de “sangue e suor repleto de amor e magia…” que nossos antepassados “nasceram num cantinho do inferno o qual todos chamam senzala…” e no dia em que negarmos as raízes da capoeira, estaremos negando nossos antepassados e tudo o que há ao nosso redor.

O MACULELÊ

Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, cidade marcada pelo verde dos canaviais, e terra rica em manifestações da cultura popular de herança africana. Berço da capoeira baiana, foi também o palco de surgimento do Maculelê, dança de forte expressão dramática, destinada a participantes do sexo masculino, que dançam em grupo, batendo as grimas (bastões) ao ritmo dos atabaques e ao som de cânticos em dialetos africanos ou em linguagem popular. Era o ponto alto dos folguedos populares, nas celebrações profanas locais, comemorativas do dia de Nossa Senhora da Purificação (2 de fevereiro), a santa padroeira da cidade. Dentre todos os folguedos de Santo Amaro, o Maculelê era o mais contagiante, pelo ritmo vibrante e riqueza de cores.
Sua origem, porém como aliás ocorre em relação a toda as manifestações folclóricas de matriz africana, é obscura e desconhecida. Acredita-se que seja um ato popular de origem africana que teria florescido no século XVIII nos canaviais de Santo Amaro, e que passara a integrar as comemorações locais. Há quem sustente, no entanto, que o maculelê tem também raízes indígenas, sendo então de origem afro-indígena. Conta a lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de lorubá, em que, certa vez, saíram todos juntos os guerreiros para caçar, permanecendo na aldeia apenas 22 homens, na maioria idosos, junto das mulheres e crianças. Disso aproveito-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros. Os 22 homens remanescentes teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentando os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram pó-los em denbadada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do corrido e promoveram grande festa, na qual os 22 homens demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. O episódio passou então a ser comemorado freqüentemente pelos membros da tribo, enriquecido com a música característica e movimentos corporais peculiares. A dança seria uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros.
No início deste século (xx), com a morte dos grandes mestres do Maculelê de Santo Amaro da Purificação, o folguedo deixou de constar, por muitos anos, das festas da padroeira.Até que, em 1943, apareceu um novo mestre – Paulino Aluísio de Andrade, conhecido como Popó do Maculelê, considerado por muitos como o “pai do Maculelê no Brasil”. Mestre Popó reuniu parentes e amigos, a quem ensinou a dança baseando-se em suas lembranças, pretendendo incluí-la novamente nas festas religiosas locais. Formou um grupo, o “Conjunto de Maculelê de Santo Amaro”, que ficou muito conhecido.
É nos estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) que se encontram indicações de que o Maculelê seria um fragmento do Curumbi, dança dramática em que os negros batiam roletes de madeira, acompanhados por contos. Luís da Câmara Cascudo, em seu “Dicionário do Flocore Brasileiro”, aponta a semelhança do Maculelê com os Congos e Moçambiques.Deve-se citar também o livro de Emília Biancardi, “Olelê Maculelê”, dos mais completos estudos sobre o assunto.
Hoje em dia, o Maculelê se encontra integrado na relação de atividades folclóricos, colégios e universidades. Contudo, convém registrar as observações feitas por Augusto José Fascio Lopes, o mestre Baiano Anzol, ex-aluno do mestre Bimba e professor de capoeira na Universidade federal do Rio de Janeiro: “…neste trabalho de disseminação, o Maculelê, vem sofrendo profundas alterações em sua coreografia e indumentária, cujo resultado reverte em uma descaracterização. Exemplo: o que era originalmente apresentado como uma dança coreografada em círculo, com uma dupla de figurantes movimentando-se no seu interior sob o comando do mestre do Maculelê, foi substituído por uma dupla entrada em fila indiana com as duplas dançando isoladamente e não tendo mais o comando do mestre. O gingado quebrado, voltado para o frevo, foi substituído por uma ginga dura, de pouco molejo.
“Mais recentemente, faz-se a apresentação sem entrada em fila. Cada figurante posta-se isoladamente, sem compor os pares, e realiza movimentos em separados, mais nos moldes de uma aula comum de ginástica do que de uma apresentação folclórica requintada.
“Deve-se reconhecer que não só o Maculelê mas todas as demais manifestações populares vivas ficam sempre muito expostas a modificações ao longo do tempo e com o passar dos anos. (…) Entendo que todas essas modificações devam ficar registradas, para permitir que os pesquisadores, no futuro, possam estudar as transformações sofridas e também para orientar melhor aqueles que vierem a praticar esse folguedo popular de extrema riqueza plástica, rítmica que é o Maculelê”.

INSTRUMENTOS

BERIMBAU- O berimbau originou-se da harpa, existindo a mais ou menos quatro anos mil anos AC. Possui apenas uma corda (arame), que segura uma madeira (Biriba), uma cabaça, um caxixi (chocalho artesanal), uma vareta (baqueta) e uma pedra ou dobrão (moeda de cobre). Possivelmente originário do Egito ou do Sul da Índia. Sendo seu emprego inicial totalmente desconhecido, usado por mendigos para pedir esmolas e por mercadores para chamar atenção dos fregueses. Não se sabe como foi introduzido na Capoeira.Na grande maioria, as rodas de capoeira são usados três berimbaus: Gunga, médio e viola; O gunga serve para puxar o toque, o médio acompanhada e em caso de quebra de um dos berimbaus e o viola serve para dobrar. Deste modo a roda não pára, tem continuidade normal.
PADEIRO – Instrumento de percussão, composto de um arco circular de madeira, guarnecido de soalhas, e sobre o qual se estica uma pelo, preferencialmente de cabra ou bode, e que se tange batendo com a mão, com os cotovelos, nos joelhos e até nos pés. Ainda é controvertida a sua origem, segundo alguns autores, ele esta incluído entre os instrumentos antigos, sendo usado também em cerimônias religiosas.
ATABAQUE- Tambor primário, feito com pele de animal distendida em uma estrutura de madeira com formato de cone vazado nas extremidades. Percutido com as mãos, usando nas danças religiosas e populares de origem africana. O termo atabaque é de origem árabe. O atabaque é um instrumento oriental muito antigo entre os Persas e os Árabes. O atabaque chegou ao Brasil através dos portugueses, para ser usado em festas e procissões religiosas. 3 tipos: RUM = GRAVE; RUMPI = MÉDIO; LÊ = AGUDO. É o instrumento sagrado do candomblé, também usado na Capoeira Angola e grupos folclóricos.
AGOGÔ- Instrumento de percussão de origem africana, que significa “sino” em língua nagô. Constituído por duas campânulas de ferro, o qual se percute com uma vareta do mesmo metal, e é usado particularmente nos candomblés, baterias de escola de samba, maracatu, conjuntos musicais…(além de grupos folclóricos)

RECO-RECO- Instrumento de percussão, feito de bambu ou madeira, no qual abrem-se rasgos transversais, onde se passa uma vareta de madeira fazendo um som rasgante.

PIPA E JAMIL SE UNEM PARA DEFENDER OS FILHOS DE ILHÉUS

As duas maiores surpresas da eleição de 2002 e atuais pré-candidatos a prefeito de Ilhéus, Antonio Marinho (PIPA/PTB) e o professor Jamil Ocké (PHS), decidiram se unir em torno de um projeto que prioriza a reformulação do quadro político do município. No entendimento de ambos, não se pode conceber que uma cidade como Ilhéus, cujo povo é agraciado pela riqueza histórica e cultural, possa ficar polarizada politicamente entre os grupos de oposição e situação, afastando a possibilidade de se construir uma força alternativa que não esteja ligada nem ao grupo do prefeito, nem a tal falada “frente de oposição”. Jamil e Pipa argumentam que não integram a frente de oposição porque não são dissidentes do grupo do prefeito Jabes Ribeiro, e acham que, a mudança que o povo de Ilhéus busca, neste momento, não consegue legitimar como opositores, antigos aliados fieis do atual prefeito.



Foto: Aderino França

Pipa e Jamil disseram que esse projeto de união visa, acima de tudo, formatar uma política que valorize os filhos de Ilhéus e rompa de uma vez com essa ramificação de grupos políticos que não representam os interesses da coletividade. Na opinião de Pipa, “grande parte dos políticos que compõem a frente de oposição já foram fiéis escudeiro do chefe palaciano e, por isso, não acredito num governo feito com alianças que sairão muito caras, impossibilitando a governabilidade”.

Por outro lado o professor Jamil Ocké se diz satisfeito com essa aliança com Pipa e pretende partir para um trabalho que, “atraia outros partidos e consolide essa força alternativa, que, tende a unir todos os filhos de Ilhéus em torno desse propósito.

Redator:
Jailson Galvão
16.03.04

PREFEITO ENTREGA ESCRITURAS DE TERRENOS NO ALTO DO CARVALHO

Um total de 75 famílias, correspondente a 300 moradores do alto do Carvalho, localizado no bairro do Malhado, na zona norte de Ilhéus, já está de posse das escrituras públicas dos terrenos onde estão construídas suas casas. A regularização dos terrenos atende a uma reivindicação feita por aquela comunidade ao prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, que presidiu a solenidade de entrega gratuita das escrituras às famílias, no último final de semana. Realizado no Centro Comunitário do alto do Carvalho, o ato foi prestigiado pelo presidente da Câmara, Zerinaldo Sena, vereadores Francisco Sampaio e Elicio Sá, além dos secretários de Administração, Antonio Pinto Madureira, de Saúde, Paulo Medauar e de Turismo, Romualdo Pereira, além de dezenas de moradores.

Segundo o prefeito Jabes Ribeiro, a concessão gratuita de posse dos terrenos faz parte da estratégia da Prefeitura de Ilhéus, no sentido de possibilitar o acesso de pessoas de baixo poder aquisitivo à escritura da área onde residem, e se integra ao Estatuto da Cidade, conforme a Medida Provisória 2220/01 – do governo federal. Disse ainda o prefeito que, a partir de 2002 a prefeitura local começou a realizar a regularização fundiária, com a implantação do Programa Prefeitura Cidadã, no bairro Nelson Costa, zona sul da cidade. Através do novo lote à comunidade do alto do Carvalho, a prefeitura ultrapassa a marca de mais de mil títulos de propriedade entregues à população de baixo poder aquisitivo.

Com a escritura do terreno em mão, Ribeiro afirma que o proprietário se “sentirá mais seguro naquilo que é seu”, acrescentando que, a regularização fundiária também possibilitará ao dono do imóvel poder de acesso à linhas de crédito, uma vez que a escritura é uma das garantias requeridas pelas instituições que operam com essa modalidade de crédito financeiro. A escritura só é concedida às pessoas que comprovadamente tenham carências de recursos para legalizar a posse dos terrenos e têm que estar devidamente enquadradas na medida provisória, como lembrou o prefeito.

A Presidente da Associação de Moradores do Alto do Carvalho, Gilva Santos, disse que a iniciativa do governo de Ilhéus “representa a realização de um grande sonho da comunidade, que só foi possível de ser concretizado devido a sensibilidade do prefeito Jabes Ribeiro, que vem se empenhado para atender as comunidade mais pobres da cidade, principalmente as que residem nos morros. Não ter posse de um documento referente ao bem que te pertence, o proprietário termina não se considerando o dono do próprio imóvel. O que conseguimos junto ao prefeito Jabes Ribeiro é uma vitória dos moradores do alto do Carvalho”, salientou.

OBRAS DO COLÉGIO ESTADUAL DO IGUAPE ATENDEM PREFEITURA CIDADÃ

Como desdobramento das propostas do Programa Prefeitura Cidadã, estão em fase de conclusão as obras de recuperação do Colégio Estadual do Iguape, solicitadas pelo prefeito Jabes Ribeiro ao governo do estado através da Direc 7a, como parte da parceria num programa, considerado um referencial no atendimento a propostas discutidas de forma democrática com a . comunidade.

As obras foram colocadas como prioridade pela própria população do bairro durante a primeira fase do Programa Prefeitura Cidadã, que vem sendo implementado naquele bairro, através do fomento de ações da Prefeitura em parceria com o governo do estado, iniciativa privada e a sociedade civil organizada. O programa também atendeu sugestões nas áreas de segurança, infra-estrutura urbana, serviços públicos e com ações na área social.

Segundo Mário Yamamoto, da coordenadoria de Gestão Escolar da Direc, as obras estão praticamente concluídas, faltando apenas alguns detalhes complementares como a colocação do nome do colégio e a instalação da rede elétrica, tarefas a cargo da empresa construtora que realizou as obras de recuperação do colégio, o qual estava sem condições de funcionamento.

Ele explica que o trabalho foi realizado dentro do cronograma previsto e que os 447 alunos matriculados para o ano letivo de 2004 estão tendo aulas num conjunto de salas cedido pela Igreja Católica, que fica numa área vizinha ao Colégio Estadual do Iguape, o qual atende a moradores daquele bairro na zona Norte da cidade.

Além do projeto de recuperação do CEI, a Direc também incluiu para uma segunda etapa, a proposta de construção de mais um conjunto de salas de aula – três a quatro unidades – , a serem complementadas com quadra esportiva e equipamentos de apoio. A execução desta fase não foi iniciada uma vez que depende da liberação de recursos orçamentários, mas vai atender ao crescimento da demanda de vagas naquela área de cidade.