A Academia de Letras de Ilhéus (ALI) já conta com sua primeira sede própria, localizada na rua Antônio Lavigne de Lemos, onde a Prefeitura desapropriou um antigo casarão e providenciou sua reforma geral, transformando o prédio num moderno equipamento para o desenvolvimento da arte e cultura do município. A entrega oficial da sede aconteceu na noite do último domingo (14), quando a academia comemorou 45 anos de fundação, recebendo as visita ilustre de alguns de seus idealizadores e fundadores, como Abel Pereira, Dom Caetano e Francolino Neto, além dos atuais membros, autoridades civis, militares e eclesiásticas.

Foto: Clodoaldo Ribeiro
Após a solenidade de descerramento da placa alusiva ao evento, realizada pelo presidente da ALI, Ariston Cardoso e o seu fundador, poeta Abel Pereira, o professor Dorival de Freitas fez a saudação ao conferencista Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, membro da Academia de Letras da Bahia. Além de recordar fatos do período em que estudaram juntos, Dorival ressaltou a eloquência de Sadoc nos seus pronunciamentos sempre voltados para o amor e a misericórdia, que terminaram transformando-o numa imagem lendária. As suas conferências, disse, sempre cheias de paixão e gestos comedidos, unem o homem e a palavra, a palavra e o homem.
Segundo a se pronunciar, Monsenhor Gaspar Sadoc felicitou o prefeito Jabes Ribeiro e os acadêmicos pela inauguração da sede da academia, ressaltando a sua alegria em vir a Ilhéus, a qual considera como “uma pequena Salvador, principalmente numa data em que se enaltece a cultura. Lembrando uma passagem bíblica em que Moisés tira as sandálias por estar em terra santa, Sadoc disse que simbolicamente tirava as alpergatas dos pés, “pois esta casa santa, a terra aqui é santa. Eu me aproximo daqui mas sei que a terra é santa, esta casa, esse edifício da academia é terra santa, academia da sabedoria e da vida”.

Foto: Clodoaldo Ribeiro
Hélio Pólvora, escritor e acadêmico, ao agradecer ao Poder Público em nome da ALI, a doação da sede própria, salientou que, durante quase meio século, os membros da academia se reuniram nas salas do Instituto de Cacau da Bahia (ICB), Associação Comercial de Ilhéus (ACI) e Fundação Cultural, mas que, agora, graças ao empenho do prefeito Jabes Ribeiro, responsável pela criação da Biblioteca e Arquivos Públicos, entre outros equipamentos de grande importância cultural, a exemplo do Teatro Municipal, concretizava esse antigo sonho, doando o prédio da instituição.
Último a fazer uso da palavra, o prefeito Jabes Ribeiro disse que “os acadêmicos que aqui estão, sob a presidência de Ariston Cardoso, têm plena consciência do grandioso momento histórico que estamos todos vivendo em nossa velha e sempre jovem Capitania de São Jorge dos Ilhéus. E Castro Alves, cujo aniversário de nascimento também comemoramos hoje, abençoará esta iniciativa da Prefeitura, porque é nas academias que permanecerá sempre vivo o obsessivo ideal de liberdade que lhe deu o justo título de Poeta dos Escravos”. Declarou ainda o prefeito que sente-se “irremediavelmente comprometido com a história, com as artes, com as letras, com a cultura da civilização ilheense”.
À solenidade, se fizeram presentes o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-seção Ilhéus, Leonel Cristo Pontes; o bispo diocesano Dom Mauro Montagnolli; vereadores Zerinaldo Sena (presidente), Ivo Evangelista, Carlos Alberto França, Joabs Ribeiro e Francisco Sampaio; secretários municipais Romualdo Pereira (Turismo), Antônio Madureira (Adninistração), Carlos Pereira Neto (Serviços Públicos), Isaac Albagli (Infra-Estrutura), Antônio Vieira (Planejamento), Antônio Zugaib (Desenvolvimento Econômico); comandante do II BPM, coronel Antônio Salgado; presdiente da Fundação Cultural, Maria Luiza Heine; acadêmicos Neuza Maria Kerner, Maria Schaun, Francolino Neto, Dom Caetano Lima dos Santos, Mário Pessoa Filho, Dorival de Freitas, Hélio Pólvora, João Higyno Filho, Soane Nazaré de Andrade, Antônio Lavigne de Lemos, Edgar Souza, José Cândido de Carvalho, Arléo Barbosa, Maria Luiza Nora, entre vários outros.