Ana Ceres aponta alguns pontos de maior concentração da exploração sexual, a exemplo da rodoviária, área do porto de Ilhéus, avenida Litorânea Norte, bairro do Malhado, praça D. Eduardo, centro da cidade, bairro do Iguape, esse último devido a concentração das carretas que descarregam no porto. Nesse sentido apela ainda para a possibilidade da manutenção de um sistema de vigilância por parte da sociedade, visando minimizar o problema que envolve, em grande parte, crianças de famílias desestruturadas e sem educação básica. Outro motivo que possibilita a facilidade da atuação da rede de exploração está ligada ao fato do apelo do consumo, ao desemprego e a fome, conforme explicou a coordenadora do Sentinela. Ceres reconhece a dificuldade de combater o crime, visto que o problema e bastante complexo, mas observa ser possível uma significativa redução de casos.
Sobre a atuação do Programa Sentinela no município, Ana Ceres explicou que a “metodologia está centrada no atendimento psicossocial; visitas domiciliares; grupo de apoio à família, criança e adolescente; encaminhamento a rede de proteção; trabalho e mapeamento de rua realizado pelos educadores; palestras preventivas, informativas e educativas em escolas, sindicatos e associações. O atendimento anual é para 80 crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, e já ultrapassou esse número nesse três anos de implantação. O programa foi implantado no município por apresentar altos índices de violência sexual infanto-juvenil, isto porque como cidade turística e portuária favorece a pratica de exploração sexual.
Conforme Ana Ceres, “às denuncias são feitas através da comunidade local, escolas, postos de saúde, conselho Tutelar, Juizado da Infância, Ministério Publico, Delegacia da Mulher e por telefonemas anônimos”. Observa a necessidade de ser feito o flagrante para que a justiça possa atuar de forma mais enérgica. As vitimas são encaminhadas para as escolas, postos de saúde, hospitais, creches, Conselho tutelar, promotoria da Infância, delegacias, juizado da Infância, Organizações não-governamentais e outros programas municipais de proteção a criança e ao adolescente, a exemplo do Agente Jovem, Programa de Erradicação do Trabalho infantil, pelotão Esperança e as Secretarias de Esporte e Cidadania, Saúde e Educação.