Jesus, a grande ausência do Natal

“Um homem caminhava de cabeça baixa por uma rua movimentada. Parecia profundamente preocupado e, por isso, não conseguia nem perceber a bela decoração natalina. Num determinado momento, parou e tirou do bolso uma carta amassada, que dizia: ‘não podemos comemorar o Natal sem você. Nós o amamos. Por favor, volte para casa’. Furtivamente, o homem enxugou as lágrimas e, após refletir por alguns instantes, tomou uma decisão que mudaria para sempre a sua vida: iria viajar imediatamente para passar a noite de Natal com seus amigos, familiares e todas as pessoas que o amavam”.

Milhões de pessoas em todo o mundo comemoram o Natal. Para isso, os pinheiros são enfeitados, as ruas e casas ficam cheias de luzes, ceias familiares são realizadas e muitos presentes são trocados. Mas, sendo o Natal a lembrança do nascimento de Jesus, é possível celebrar o dia 25 de dezembro sem ele? É possível conceber uma noite de Natal onde Cristo não seja o centro das atenções? Apesar dessa época do ano trazer uma maior serenidade, não podemos negar que, ao longo dos anos, o Natal acabou se transformando num evento puramente festivo e comercial. Nele, Jesus ocupa um lugar secundário e destituído de qualquer importância e essencialidade concreta.

Infelizmente, em muitas casas, a noite de Natal é marcada, única e exclusivamente, por sessões de glutonaria e bebedeiras. Por mais que as pessoas tentem negar, em muitos lares, Jesus não é nem lembrado. Mencionam Papai Noel, a magia da festa e o tal espírito natalino. Todavia, na imensa maioria das vezes, o Filho de Deus é ignorado, literalmente esquecido num canto qualquer. Sabemos que a Bíblia não fala no 25 de dezembro como o dia do nascimento de Jesus. Lá em Lucas 2:8-11, lemos: “Naquela região havia pastores que estavam passando a noite nos campos, tomando conta dos rebanhos de ovelhas. Então um anjo do Senhor apareceu, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. Eles ficaram com medo, mas o anjo disse: – não tenham medo! Estou aqui para trazer uma boa notícia e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor”. Quem conhece Israel sabe que 25 de dezembro é inverno naquela região e, por isso, ninguém fica exposto ao tempo. Os pastores não ficariam no campo numa noite de inverno. Além de não existir mais pastagens, é inseguro e desconfortante para o rebanho. Assim, já não há dúvidas de que Jesus não nasceu nesse dia. Apesar disso, a data ficaria carregada de simbolismo se abrigasse uma profunda reflexão sobre as nossas existências, a necessidade de um mundo melhor e, principalmente, quem tem sido Jesus nas nossas vidas.

O conhecido “Feliz Natal” não deveria ser caracterizado apenas pelos votos de uma noite festiva, mas, principalmente, pelo desejo de um renascer coletivo, onde o clima do momento propiciasse o perdão, o fortalecimento do amor ao próximo, a comunhão, o bem-querer e a renovação da fé. O fato, a meu ver inquestionável, é que hoje o Natal representa apenas um feriadão. Não há comunhão com Deus. Na noite de Natal, a grande maioria está mais preocupada com o peru, o champanhe e os presentes do que com o lado espiritual que o momento deveria suscitar e fortalecer. É o “espírito natalino” dinamizando o calendário de festas e a atividade comercial. Seja como for, meu desejo é o de que, a partir deste Natal, Jesus passe a ser o centro de sua existência. Que ele continue nascendo todos os dias no seu coração, visando o surgimento de um mundo melhor.

Alex Malta Raposo

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