Pastoral da Criança recebe certificado de parceira do Fome Zero

A Pastoral da Criança recebeu nesta terça-feira (16/12), do Ministério de Segurança
Alimentar e Combate à Fome, o certificado de entidade parceira do Programa Fome
Zero. A cerimônia contou com a presença do ministro José Graziano da Silva e da
coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann.

A Pastoral da Criança é uma entidade que está colaborando com diversas ações do
Programa Fome Zero. Ela possui a dupla função de participar da articulação e
formulação de políticas de combate a fome, e ao mesmo tempo, promover a mobilização
e participação dos beneficiários do Programa, em algumas situações emergenciais.
Além de representação nas esferas nacionais de decisão política do Programa, os
representantes da Pastoral da Criança nos municípios, fazem parte dos Comitês
Gestores Locais, formados por até nove representantes da sociedade civil (até 2/3) e
do poder público estadual e municipal (até 1/3). Além de fiscalizar as ações
relacionadas com o Fome Zero, o Comitê tem a missão de fiscalizar o cadastro único
das famílias que serão beneficiários, realizado pelas prefeituras.

A Pastoral da Criança focaliza o trabalho na educação de lideranças comunitárias
para que as famílias cuidem bem das crianças. Não tem como objetivo a distribuição
direta de alimentos para as famílias. Sua grande missão é a educação popular,
ensinando as famílias sobre saúde, nutrição, educação e cidadania, para que as
próprias comunidades possam transformar a sua realidade. Por isso, utiliza os
alimentos que recebe do Programa Fome Zero da seguinte maneira:

– Nos encontros de capacitação de líderes comunitários. Todos os líderes da Pastoral
da Criança passam por uma capacitação inicial de 40 horas e participam de um
processo de educação continuada. A Pastoral da Criança possui 230 mil voluntários,
que acompanham 1,7 milhão de crianças e mais de 80 mil gestantes em mais de 33 mil
comunidades . Desde 2001, já foram capacitadas 99.500 pessoas no Guia do Líder da
Pastoral da Criança e 63 mil pessoas em outros temas como segurança alimentar,
geração de renda, remédios caseiros.

– No Dia da Celebração da Vida. Mensalmente, os líderes reúnem as crianças
acompanhadas e suas famílias para o Dia da Celebração da Vida. Neste dia, as
crianças são pesadas e as mães recebem orientações sobre o desenvolvimento de seus
filhos. No fim da atividade, líderes, crianças e famílias partilham um lanche. Todos
os anos, são realizadas cerca de 300 mil Celebrações da Vida nas mais de 33 mil
comunidades acompanhadas pela Pastoral.

– Através de doações às famílias pobres, por intermédio das organizações parceiras
da Pastoral da Criança. As Conferências Vicentinas e outras entidades já têm a
tradição e a logística necessária para a distribuição de doações entre as famílias
pobres cadastradas. Com os alimentos doados para a Pastoral da Criança, eles fazem a
distribuição dos alimentos nas regiões mais pobres do país – Norte, Nordeste e Vale
do Jequitinhonha. Esta ação está articulada com a proposta da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil, previstas na iniciativa para o ano de 2003, de Combate a Fome,
a Miséria e a exclusão social no Brasil.

A promoção humana é a base do trabalho da Pastoral da Criança. Além das ações
básicas de saúde, destacamos o projeto de alfabetização de jovens e adultos, o
projeto de brinquedos e brincadeiras, e a participação no Controle Social das
políticas públicas. Estas estratégias, junto com uma dezena de outras ações
complementares da Pastoral da Criança, constituem instrumentos concretos de melhoria
da qualidade de vida de milhares de brasileiros.

Um dos ensinamentos da visão da Pastoral da Criança é que podemos prevenir o
sofrimento humano. Quanto se gasta a cada ano com a violência, as guerras, com o
impacto da exclusão social? Por outro lado, quanto custa construir condições para
que todas as famílias do mundo não passem fome? Dra. Zilda Arns Neumann,
coordenadora Nacional da Pastoral da Criança responde que “pode ser uma soma
elevada, mas certamente menor que o alto preço do número de mortes por desnutrição e
o impacto dessa exclusão social. Trata-se de um custo que gera benefícios
incalculáveis. Não podemos aceitar que pessoas passem fome quando, a cada ano,
multiplicam-se os recordes na produção de alimentos, afirma Dra. Zilda. Temos
certeza de que a sabedoria da natureza é capaz de prover o sustento de todos, se o
ser humano souber respeitar os ecossistemas de que faz parte. Enquanto esta questão
da fome não é resolvida, tenho duvidas da competência administrativa dos grandes
líderes mundiais. E coordenadora nacional da Pastoral da Criança conclui, por que
não investir mais na construção da paz, através da justiça social e da globalização
da solidariedade.

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