Pesquisa vai contribuir para a recuperação de áreas degradadas por petróleo

Recuperar áreas degradadas do solo contaminadas por resíduos oleosos, tais
como rejeitos de refinarias de petróleo, resultantes principalmente de
acidentes, vem sendo objeto de pesquisa da pesquisadora Rachel Passos
Rezende, professora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade
Estadual de Santa Cruz (Uesc). Neste sentido, foi aprovado, recentemente, pelo
CNPq/CTPetro , projeto de sua autoria envolvendo tecnologias aplicadas ao
petróleo, ou à extração de petróleo, ou ainda à bioremediação de áreas
contaminadas por petróleo bruto ou seus derivados.

O projeto tem como alvo o monitoramento de um “landfarming”da Refinaria
Landulpho Alves, isto é, um solo onde são lançados borras oleosas e rejeitos
de refinaria. Como nesses locais estão presentes microorganismos altamente
especializados responsáveis pela bioremediação natural desses resíduos
oleosos, o objetivo da pesquisa, entre outros, é conhecer a natureza desses
micro agentes despoluidores e como se processa a sua ação para neutralizar os
hidrocarbonetos que poluem o meio ambiente.

Segundo a profª. Rachel Rezende, que tem mestrado e doutorado em Microbiologia
e pós-doutorado em Biocatálise, “vamos monitorar o landfarming da Refinaria
Landulfo Alves, localizada em Cadeias, no Recôncavo Baiano, a fim de estudar
todas as suas características, a fim de enriquecer a microbiota que degrada o
petróleo em compostos mais simples, ou seja, mais biodegradáveis. Isto poderá
ser feito pela introdução de nutrientes, ou pela inserção de microorganismos,
enfim, enriquecendo-a para que ela intensifique a sua ação na melhoria do
ambiente”.
Além utilizar o pool de microorganismos existentes na natureza, que
transformam as substâncias de difícil degradação contidas no petróleo em
compostos mais simples, conseqüentemente, de melhor degradação, a
pesquisadora disse que o estudo irá resultar na obtenção de produtos que
serão interessantes para a indústria petrolífera, como, por exemplo, os
biossurfactantes. Estes são produtos liberados pelos microorganismos que se
utilizam dos hidrocarbonetos do petróleo. Ela esclareceu que “esses
biossurfactantes são extremamente importantes porque diminuem a tensão
superficial do óleo, facilitando o ataque microbiano, como também são
utilizados na recuperação avançada do petróleo”.
A doutora Rachel disse também da importância do projeto para a Uesc, não só
porque a Bahia é produtora de petróleo e possui uma refinaria, “como pelo fato
de já existir um grupo consolidado de pesquisadores na Universidade
trabalhando com a biodegrabilidade do biodiesel, combustível produzido na
Uesc. Então é uma linha que irá enriquecer a pesquisa na instituição”. Ela
enfatiza que tudo que for feito para resgatar o equilíbrio do meio ambiente é
benéfico para a sociedade como um todo. E a produção e uso do petróleo e seus
derivados, nossa principal fonte de energia, geram muitos acidentes
ecológicos, contaminando rios, oceanos, solos. “E a pesquisa científica vai
desenvolver métodos para uma recuperação mais eficiente e mais rápida de
ambientes degradados pela ação do petróleo e seus derivados”.

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