Embora manifeste o respeito ao direito dos trabalhadores rodoviários do município de lutarem por reajuste de salário para a categoria, o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, declarou hoje que considera inaceitável a tática utilizada pelo movimento no sentido de obstruir o tráfego na ponte Lomanto Júnior, única via de acesso à zona sul da cidade, onde está concentrada parte importante da população e de equipamentos fundamentais, como o aeroporto local e postos de saúde. O prefeito pediu a intervenção imediata da Polícia Militar diante da ação dos grevistas, que além de paralisar o serviço de transporte coletivo no município, impediram o tráfego de veículos na ponte nas primeiras horas da manhã de hoje, causando tumulto e transtornos à comunidade.

Em entrevista em emissoras de rádio locais, o prefeito disse que aquela atitude significou “um ato de irresponsabilidade, pois a cidade não tem outro meio de acesso à zona sul, via de acesso também para outros municípios da região. Nesse sentido, estamos lutando pelo projeto de uma nova ponte ligando o centro ao Pontal, de acordo com os estudos do novo plano diretor”. Jabes fez um apelo ao sindicato dos trabalhadores e aos empresários de transporte coletivo para que dialoguem e busquem uma solução de entendimento, no sentido de evitar prejuízos aos usuários do serviço.
Os trabalhadores rodoviários estão organizados exigindo cumprimento da pauta de negociação salarial com as empresas de transporte coletivo. No último dia 6 de abril, a tarifa de passagem urbana teve um reajuste em torno de 14 por cento, saltando de 70 para 80 centavos. Até a tarde desta quarta-feira, não havia notícia de acordo entre grevistas e empresários. Muitos usuários recorreram a serviços de lotação alternativos para chegarem a diversos pontos da cidade.
MEDIDAS – O prefeito Jabes Ribeiro solicitou à secretaria de Infra-estrutura, responsável pelo setor de transportes, a busca de entendimento com as partes envolvidas no movimento. “Compreendo os direitos dos trabalhadores, mas atitudes de desrespeito à população terão a nossa reação, pois a Prefeitura é o poder concedente do serviço de transporte coletivo. Também é necessária maior sensibilidade por parte dos empresários nessa questão”, disse Ribeiro, admitindo que poderá tomar medidas extraordinárias para funcionamento do setor.